Idileuza da Silva, 32 anos, faleceu após uma semana de internação na maternidade da Associação Beneficente de Corumbá, gerando questionamentos sobre a assistência médica prestada. A paciente, grávida do quinto filho, deu entrada na unidade em 12 de junho com sintomas de infecção urinária. Após uma semana, no dia 21, veio a óbito por choque hemorrágico.

Familiares relatam que Idileuza recebeu tratamento para dor e soro durante a internação. Na noite de 20 de junho, o bebê apresentou alterações cardíacas, levando à realização de uma cesariana de emergência. A partir daí, o quadro de saúde da paciente se agravou.

Relatos de funcionários da maternidade indicam que Idileuza apresentou sangramento intenso após a cesariana, sendo submetida a mais três cirurgias. O relatório médico, assinado pelo Dr. Paulo Vinícius Boza, aponta choque hemorrágico refratário e atonia uterina como causas do óbito.

Nas redes sociais, relatos de testemunhas questionam a conduta médica e apontam possíveis negligências. A família busca justiça e pretende investigar as circunstâncias da morte. O bebê, nascido com suspeita de problemas cardíacos, está sob os cuidados do pai.

A reportagem buscou contato com a Prefeitura de Corumbá e a maternidade, mas não obteve resposta até o momento. A unidade é a única na região a atender pacientes do SUS, sendo referência para Corumbá, Ladário e cidades fronteiriças da Bolívia.

Este não é o primeiro caso a levantar preocupações sobre a maternidade. Em março, um recém-nascido faleceu no local, e em abril, a diretoria da Santa Casa reconheceu a necessidade de investir em uma UTI neonatal após cinco mortes de bebês no ano. Em 2022, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu investigação para apurar quase 70 mortes de bebês em dois anos na unidade.