O julgamento de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, acusados pela morte de Sophia Ocampo, de 2 anos, teve início nesta quarta-feira (4) no Fórum de Campo Grande.  A médica pediatra Thayse Capel, que atendeu Sophia na UPA Coronel Antonino, relatou aos jurados a reação atípica de Stephanie ao ser informada do óbito da filha.

Segundo a Dra. Capel, Stephanie manteve o olhar fixo no celular e não demonstrou emoção ao saber da morte de Sophia. "Quando nós damos uma notícia de óbito para uma mãe, a primeira coisa que ela faz é olhar para o filho de maneira desesperada. E ela não tirou os olhos do celular enquanto eu falava com ela", afirmou a médica. A pediatra ainda revelou que Stephanie só demonstrou desespero ao ser informada de que a polícia seria acionada.

Defesa alega Síndrome de Estocolmo

A defesa de Stephanie apresentou o psicólogo forense Felipe Martins Pousada Gomez como testemunha.  Baseado em três entrevistas com a acusada, o psicólogo apontou a possibilidade de Stephanie apresentar transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade generalizada, episódios depressivos e Síndrome de Estocolmo, em decorrência de um relacionamento abusivo.

Histórico de violência

Sophia deu entrada em unidades de saúde 30 vezes com diversos ferimentos.  Mensagens recuperadas pelo Gaeco revelam que Stephanie e Christian combinavam versões para justificar os machucados da criança.  A perícia apontou sinais de abuso sexual e violência física, incluindo um trauma na coluna vertebral que pode ter causado a morte de Sophia.

O julgamento, que tem previsão de dois dias de duração,  prossegue com os depoimentos de testemunhas e a apresentação de provas.

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