Ednailson Marcos Queiroz Leal, conhecido como "Pirambóia", teve seu pedido de liberdade negado pela Justiça Federal. Acusado de liderar uma quadrilha de tráfico de drogas, ele é dono de uma loja de veículos seminovos no distrito de Ipezal e foi alvo da Operação Lepidosiren, deflagrada pela Polícia Federal em agosto.

"Pirambóia" fugiu durante a operação, mas se entregou à PF em setembro.  O juiz Cristiano do Carmo Harasymowicz de Almeida Taguatinga, da Justiça Federal em Ponta Porã, justificou a decisão alegando risco de reiteração delitiva e fuga, destacando o "papel fundamental" do acusado na organização criminosa.

A esposa de "Pirambóia", Maria Eliana Ferreira Leal, e o comerciante Luiz Carlos Honório também foram presos na operação. Maria Eliana já está em prisão domiciliar e Honório foi liberado com uso de tornozeleira eletrônica. A defesa de "Pirambóia" tentou estender a decisão que beneficiou Honório, mas o juiz negou o pedido.

Ligação com prefeito

Luiz Carlos Honório, dono de uma loja de móveis em Ivinhema, possui histórico de negócios com o prefeito reeleito de Ivinhema, Juliano Ferro Barros Donato.  A casa onde Juliano mora e uma caminhonete Silverado avaliada em R$ 519 mil foram compradas de Honório. A caminhonete foi apreendida pela PF na Operação Defray, deflagrada em outubro.

O prefeito não é investigado por tráfico de drogas, mas responde a inquérito por ocultar a Silverado e uma Dodge RAM na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral.  Seu advogado afirma que a suposta omissão já foi esclarecida,  alegando que os bens estão registrados em nome da empresa de Juliano Ferro.

Operação Lepidosiren

A Operação Lepidosiren investiga um carregamento de maconha apreendido em 2021.  "Pirambóia" e Luiz Carlos Honório são suspeitos de envolvimento no esquema.  Eldo Aquino de Andrade, preso na Operação Defray, também  teria ligação com os dois.

Nota: O nome da operação faz referência à pirambóia, um peixe da Amazônia que respira fora d'água.