Juiz ordena prisão de condenados por crime brutal em lava a jato
- porRedação
- 19 de Fevereiro / 2024
- Leitura: em 7 segundos

Thiago Giovanni Demarco Sena, 27, e William Enrique Larrea, 37, durante julgamento | Créditos: Marcos Maluf
Após um ano do veredito do júri, o juiz Carlos Alberto Garcete determinou a prisão de Thiago Giovanni Demarco Sena, 26 anos, e William Enrique Larrea, 36 anos, condenados pelo assassinato de Wesner Moreira da Silva, 17 anos, em um incidente chocante ocorrido em um lava a jato. Os mandados de prisão foram emitidos na sexta-feira, dia 16, às 18h52, embora ainda não haja confirmação de sua execução.
A dupla foi considerada culpada durante um extenso julgamento que durou 12 horas em 30 de março do ano anterior. Apesar da sentença de 12 anos de prisão, Thiago e William foram autorizados a aguardar em liberdade, tendo em vista o direito de apelar da decisão.
No entanto, em 12 de dezembro, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou os recursos para anular o julgamento, levando o magistrado responsável pelo caso a ordenar a prisão dos réus com base no trânsito em julgado da sentença condenatória.
Na mesma noite em que os mandados foram emitidos, o advogado Wesley Holanda Roriz, de Brasília (DF), representante de Thiago Sena, habilitou-se no processo, porém, se absteve de fornecer detalhes sobre o cumprimento do mandado, citando que a defesa está analisando a situação. Os esforços para contatar a defesa de Willian Larrea continuam em andamento.
No decorrer do julgamento, a acusação, liderada por um trio de promotores, conseguiu persuadir o júri, composto por seis homens e uma mulher, a condenar os réus por homicídio qualificado pelo dolo eventual e por recurso que dificultou a defesa da vítima. O juiz Carlos Alberto Garcete determinou a aplicação da pena mínima para homicídio, a ser cumprida em regime fechado.
Durante o tribunal, Marisilva Moreira, mãe do adolescente falecido, emocionou-se profundamente e recebeu apoio de familiares após a leitura da sentença.
Wesner morreu aos 17 anos após sofrer hemorragia seguida de parada cardiorrespiratória | Créditos: Arquivo de família
O caso, que resultou na trágica morte de Wesner Moreira da Silva em 3 de fevereiro de 2017, envolveu a introdução de uma mangueira de compressão no ânus do adolescente enquanto trabalhava em um lava a jato na Avenida Interlagos, em Campo Grande. O incidente causou danos graves, incluindo hemorragia grave e parada cardiorrespiratória, levando à morte do jovem.
As defesas dos condenados tentaram argumentar que o incidente foi uma "brincadeira de mau gosto" e que não havia intenção de ferir ou matar Wesner. No entanto, a acusação sustentou firmemente a gravidade do ato, contando com testemunhos especializados, como o de um médico legista, que detalhou os danos causados à vítima.
O desenrolar do caso revelou um cenário de confronto entre acusação e defesa, com ambas as partes apresentando argumentos contundentes. Enquanto a acusação enfatizou a natureza violenta do incidente, a defesa retratou os réus como indivíduos inconsequentes, classificando suas ações como resultado de comportamento idiota.
Os detalhes do crime, conforme descritos na denúncia, indicam uma sequência de eventos que começou como uma simples brincadeira e culminou em uma tragédia irreversível. Wesner Moreira da Silva pediu, de forma jocosa, que William Larrea comprasse Coca-Cola, desencadeando uma série de eventos que terminaram de maneira trágica.
Este caso, marcado por reviravoltas judiciais e emoções intensas, continua a gerar debates sobre a responsabilidade individual e as consequências devastadoras de ações negligentes.