O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, atendendo à denúncia do Ministério Público Estadual (MPMS), ordenou a prisão preventiva de Damião Souza Rocha, acusado do assassinato de sua esposa, Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, que foi queimada. Além disso, o juiz solicitou que o caso seja julgado por um júri popular.

O crime ocorreu quando Damião jogou gasolina em sua esposa e ateou fogo nela, resultando em queimaduras que cobriram 90% do corpo de Pâmela. Ela foi hospitalizada por um mês, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu em agosto de 2022.

Inicialmente tratado como suicídio, o caso foi posteriormente reclassificado como feminicídio após Pâmela recuperar a capacidade de se comunicar e revelar à sua irmã que seu marido foi o responsável por suas queimaduras.

Em sua decisão proferida na quarta-feira (15), o juiz afirmou que a evidência do crime foi estabelecida através de laudos periciais, relatórios médicos e depoimentos de testemunhas. Ele destacou que, apesar de Damião negar as acusações, há indícios suficientes de sua participação no crime, justificando assim a decisão de levá-lo a julgamento pelo júri.

O caso, que ocorreu em Rochedo (MS), a 67 quilômetros de Campo Grande, ganhou destaque devido à gravidade do crime. Após a morte de Pâmela, surgiram relatos sobre a natureza violenta do relacionamento entre ela e Damião, que deixaram dois filhos pequenos.

As investigações revelaram uma história de violência doméstica, contradizendo a versão inicial de Damião, que tentou culpar a esposa pelo incidente. No entanto, relatos posteriores confirmaram que foi ele quem infligiu as queimaduras fatais em Pâmela.

Apesar dos esforços de Damião para obter a guarda dos filhos, a justiça interveio para proteger as crianças, que demonstraram sintomas de trauma e medo diante da possibilidade de reencontrar o pai. Uma avaliação psicológica reforçou a necessidade de mantê-los afastados do agressor.

O caso agora segue para julgamento pelo júri popular, onde Damião enfrentará acusações de feminicídio, evidenciando mais uma vez a gravidade da violência contra as mulheres e a importância de responsabilizar os agressores perante a lei.