Juiz de MS é investigado por suspeita de corrupção e enriquecimento ilícito

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O juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande, é alvo de investigação por suspeita de envolvimento em crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A apuração, conduzida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi iniciada após a operação Ultima Ratio revelar indícios de que o magistrado teria se beneficiado de relações com advogados e empresários, além de possuir patrimônio incompatível com seus rendimentos.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, determinou a análise de todos os processos julgados por Oliveira nos últimos cinco anos, nos quais advogados como Fábio Castro Leandro, Rodrigo Gonçalves Pimentel e Divoncir Schreiner Maran Júnior atuaram. A medida visa apurar a existência de conflitos de interesse e favorecimento em decisões judiciais.

Relações Próximas e Transações Suspeitas

As investigações apontam para uma relação próxima entre o juiz e o advogado Fábio Castro Leandro, com quem trocou mensagens e se encontrou pessoalmente. Leandro teria recebido R$ 105 mil em uma transferência bancária após decisões judiciais que resultaram em pagamento de R$ 5 milhões.

Há indícios de que Oliveira também mantinha vínculos com o ex-juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior e sua esposa, a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, com quem teria compartilhado uma conta bancária no passado. Os três, inclusive, participavam de um grupo de WhatsApp chamado "Amigos".

Patrimônio Incompatível

A investigação também levanta suspeitas sobre o patrimônio do juiz. Em sua declaração de bens de 2018, Oliveira informou ter adquirido 50% de uma aeronave Cessna 182 por R$ 100 mil, valor muito abaixo do mercado, estimado entre R$ 750 mil e R$ 1,3 milhão.

Outro ponto questionado é a compra de uma fazenda em Miranda (MS) por R$ 700 mil, em 2008. O valor de mercado de propriedades semelhantes na região pode chegar a R$ 70 milhões.

Próximos Passos

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópias dos inquéritos que investigam o possível envolvimento de outras autoridades. O juiz Paulo Afonso de Oliveira foi notificado e tem 15 dias para prestar esclarecimentos sobre as acusações.

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