Investigação do MP apura preconceito contra religiões africanas após desaparecimento de corpos em cemitério

| Créditos: Divulgação

O Ministério Público Estadual solicitou uma investigação minuciosa sobre casos de intolerância religiosa direcionados às práticas de matriz africana, em Ponta Porã. Essa medida foi tomada após uma série de comentários discriminatórios surgirem em decorrência do desaparecimento de corpos de um cemitério local.

De acordo com relatos do Doura News, a solicitação foi encaminhada à Polícia Civil de Dourados. A denúncia inicial foi feita por um membro da umbanda residente em Dourados.

Manifestações diversas associando o crime de violação de sepulturas a religiões de matriz africana inundaram as redes sociais, com comentários depreciativos e preconceituosos. "Eu achava que macumba só existisse na Bahia", expressou uma usuária do Facebook.

Em resposta, conforme informado pelo Ponta Porã em Dia, a Organização Religiosa de Candomblé de Angola do Izo Kewalange repudiou veementemente os ataques, rotulando as declarações como manifestações de racismo e intolerância religiosa. A entidade também lamentou o ocorrido e clamou por uma investigação rigorosa para que as famílias possam recuperar os restos mortais de seus entes queridos.

O Caso:

Os corpos de dois bebês, identificados como Gabriel e Kalleb Gael Fernandes, e o de uma adolescente de 12 anos, identificada como Vitória, foram retirados de um cemitério em Ponta Porã, na manhã de sábado (18).

Conforme relatado no boletim de ocorrência, durante uma inspeção no local na manhã seguinte (19), o vigia descobriu três túmulos violados e prontamente notificou as autoridades policiais.

No local, os agentes constataram que se tratava de um caso de subtração de cadáver. A adolescente, segundo o vigia, havia sido sepultada há cerca de 15 dias.

O incidente foi registrado como destruição, subtração ou ocultação de cadáver e está sob investigação.

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