Investigação aponta disparidade entre patrimônio e renda de policial preso por tráfico
- porRedação
- 14 de Abril / 2024
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O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) divulgou informações que indicam uma discrepância significativa entre o patrimônio do policial civil Anderson César dos Santos, de 47 anos, e seu salário como servidor público. Santos foi detido durante a operação Snow, realizada em março deste ano, sob acusação de participação em uma organização criminosa envolvida no tráfico interestadual de drogas.
Segundo dados levantados pelo Gaeco, até abril do ano anterior, Santos recebia um salário oficial de R$ 9 mil líquidos. No entanto, reside em uma residência de alto padrão, descrita como "ampla e luxuosa", localizada no Bairro Bosque de Ponta Porã, na cidade de Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, avaliada em R$ 2 milhões até abril do ano anterior.
A investigação revelou ainda que o policial possui em seu nome uma caminhonete Amarok, avaliada em R$ 160 mil, enquanto sua esposa, uma professora convocada na Rede Estadual de Ensino, possui um Jeep Compass no valor de R$ 246 mil. Na época, o salário da esposa era de R$ 2,3 mil, mas neste ano, a última remuneração informada foi de R$ 4.312,53.
Além disso, em nome da filha do casal, também professora na Rede Estadual de Ensino, foram encontrados um veículo Gol ano 2013, avaliado em R$ 25 mil pela tabela FIPE, e um Toyota Corolla no valor de R$ 83 mil.
Santos foi alvo de uma denúncia anônima à Polícia Federal de Ponta Porã no final de 2022, quando um levantamento preliminar evidenciou a disparidade entre sua renda e seu patrimônio. O caso foi então encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que iniciou uma investigação sobre o servidor.
A investigação também destacou o histórico do policial Hugo Cesar Benites, associado ao tráfico de drogas. Benites já havia sido alvo de investigação pelo Gaeco alguns anos antes em Dourados e enfrenta uma ação penal na comarca de Fátima do Sul por seu envolvimento com uma organização criminosa e enriquecimento ilícito.
Ambos os policiais foram registrados em vídeo em maio de 2023, descarregando caixas de cocaína de uma viatura oficial da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A droga foi deixada em uma residência alugada no Jardim do Pênfigo, em Campo Grande, sob os cuidados do traficante Valdemar Kerkhof Junior, que foi morto a tiros junto com seu irmão em junho do mesmo ano.