A Vara da Comarca de Iguatemi, no interior de Mato Grosso do Sul, será responsável por julgar 39 advogados acusados de envolvimento em um esquema milionário de advocacia predatória. A denúncia, que tramitava na 4ª Vara Criminal de Campo Grande desde junho de 2023, foi transferida após a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna declinar da competência, alegando que as atividades criminosas eram gerenciadas a partir de Iguatemi.

A Operação Anarque, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), investigou duas organizações criminosas lideradas pelos advogados Luiz Fernando Cardoso Ramos e Alex Fernandes da Silva. Eles são acusados de entrar com mais de 70 mil ações judiciais em todo o país, muitas consideradas temerárias, contra bancos sob a alegação de empréstimos consignados forjados. As vítimas eram, em sua maioria, idosos, deficientes e indígenas.

Estima-se que o grupo tenha movimentado R$ 190 milhões com as ações e acordos judiciais. Os réus negam as acusações de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento e falsidade ideológica. A juíza May Melke tomou a decisão de transferir o caso após parte das defesas alegar conflito de competência.

Com informações Campo Grande News