Ibovespa fecha em queda, com Vale e Petrobras em baixa

| Créditos: Infomoney

Sextou! E sextou com alívio, afinal foi uma semana pesada, com muitos dados de inflação e do mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, logo após uma semana passada de decisões de bancos centrais. Hoje, o Ibovespa terminou com queda de 0,21%, aos 132.730,36 pontos, uma perda de 279,42 pontos, mas fechou a semana com ganhos confortáveis no acumulado: mais 1,27%, na melhor semana das últimas cinco (entre 12 e 16 de agosto, o IBOV acumulou alta de 2,56%).

O dólar comercial terminou o dia com menos 0,12%, a R$ 5,43. É a segunda queda consecutiva. O câmbio deve ser decisivo para o futuro da Selic, afirmou Caio Megale, economista-chefe da XP. Os DIs (juros futuros) fecharam com altas por toda a curva.

O indicador mais esperado no dia foi o índice de preços de consumo pessoal, o PCE (na sigla em inglês), o preferido pelo Fed para orientar sua política monetária. No final das contas, os dados vieram sem oferecer muita empolgação aos investidores.

Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, entende que, “em conjunto com os indicadores robustos do PIB divulgados ontem, os números do PCE de agosto não devem alterar significativamente o plano de voo do Fomc para a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário iniciado em setembro”.

Tanto que os investidores nos EUA ficaram divididos, com os principais índices em Wall Street terminando o dia de forma mista: Dow subindo 0,3% e Nasdaq caindo 0,4%, enquanto o S&P terminou levemente negativo.

Dados no Brasil
No Brasil, além de observar o PCE, os investidores tinham outros dados econômicos para analisar. E novas surpresas positivas foram apresentadas, agora no mercado de trabalho. A taxa de desemprego caiu para 6,6% no trimestre de junho a agosto de 2024. “Os dados de hoje continuam a indicar um mercado de trabalho apertado”, resumiu o Itaú BBA.

Além disso, o Brasil abriu 232.513 vagas formais de trabalho em agosto, segundo dados do Caged, uma alta de 0,49% em relação ao mês anterior. Em uma rede social, o presidente Lula comemorou: “vão dizer que é sorte, mas é só trabalho”.

Entretanto, o aumento da dívida pública preocupa. O crescimento de uso de recursos fora do cálculo do teto de despesas, como é o caso do combate às queimadas pelo país, dos precatórios (dívidas judiciais) e do crédito subsidiado, e a alta dos juros acenderam sinais de alerta de agentes do mercado, de acordo com jornal O Globo.

Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que o crescimento mais lento da economia da China pode ser um problema para os preços de commodities e para economias emergentes.

Ibovespa e as ações
Nesse balaio todo, o sextou na Bolsa paulista não inspirou muitas comemorações. A queda veio com Vale (VALE3) interrompendo quatro sessões seguidas de ganhos amplos, para perder 0,45%, embora possa alardear que na semana subiu mais de 11%. E veio também com Petrobras (PETR4), que perdeu 0,39%, depois de muito oscilar, se descolando dos ganhos do petróleo internacional.

O petróleo hoje tem pouco a ver com as altas de Brava (BRAV3), com 4,53%, e PRIO (PRIO3), com mais 2,20%. A recuperação de ambas as companhias foi motivada pelo desenrolar de eventos importantes: a Brava firmou parceria no campo de Atlanta e Oliva, enquanto sua rival, a PRIO, anunciou a compra de uma fatia da chinesa Sinochem no campo de Peregrino por R$ 10,4 bilhões.

Os bancos equilibraram a conta também. De um lado, BB (BBAS3) e Santander (SANB11) perderam 0,84% e 0,80%. Do outro, Bradesco (BBDC4) evitou uma queda maior do Ibovespa e subiu 0,88%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,38%.

O sobe-e-desce desta sexta-feira refletiu bem o que foi essa semana de boas notícias e outras nem tanto. Foi puxado, então é bom dar aquela sextada marota, porque semana que vem tem mais, com inflação na zona do euro (terça-feira), relatório JOLTs de empregos nos EUA (terça), produção industrial no Brasil (quarta) e o temido payroll nos EUA, o relatório mais importante sobre o mercado de trabalho local (sexta). (Fernando Augusto Lopes)

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