Ibovespa fecha em baixa, com bancos e Petrobras; Vale e WEG se salvam
- porInfoMoney
- 04 de Junho / 2025
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| Créditos: Infomoney
O Ibovespa entrou numa gangorra e voltou a cair, após a alta de ontem e a baixa de antes de ontem. Hoje, as perdas foram de 0,40%, aos 137.001,58 pontos, uma baixa de 544,68 pontos. Nesse sobe-e-desce, o dólar comercial interrompeu as duas baixas seguidas e ganhou 0,17%, a R$ 5,645. E os DIs (juros futuros) terminaram o dia mistos.
Mercado de trabalho decepciona nos EUA
Hoje, os investidores globais se debruçaram em um importante dado do mercado de trabalho nos EUA, o relatório ADP de empregos privados, e o resultado foi tido como preocupante, por ter vindo bem abaixo do esperado.
Mas, em Nova York, não houve uma queda brusca dos principais índices, ao contrário: Mike Dickson, da Horizon Investments, disse à CNBC que “as coisas provavelmente estão melhores do que se temia”, mesmo com ruídos do governo Trump na questão fiscal e na seara tarifária. “O relatório da ADP tem o histórico de ser bastante ruidoso, então acho que teremos que esperar para ver como será o mercado de trabalho na sexta-feira (6)”, referindo-se ao payroll, que é o relatório mais apreciado pelo Federal Reserve para fins de política monetária. “Os dados recentes de inflação têm sido bastante moderados e saudáveis, na direção certa”, salientou.
No sobe-e-desce, no estica-e-puxa, Trump voltou a cutucar o presidente do Fed, Jerome Powell, dizendo que ele é “atrasado demais” e cobrando redução de juros.
Na Europa, altas provocadas pelo pacote fiscal alemão, embora a tensão na guerra na Ucrânia tenha aumentado e o uso de armas nucleares tenha voltado a ser citado. Trump, inclusive, conversou hoje com Vladimir Putin por telefone, mas a paz na Ucrânia não é algo para se vislumbrar imediatamente.
Gripe aviária e taxa sobre o aço
Ainda no Velho Continente, mas já falando de Brasil, o presidente Lula chegou a Paris para a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro em 13 anos. Entretanto, os problemas seguem do lado de cá do Atlântico, com a novela do IOF esperando a definição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aguardada para domingo (8).
Por aqui, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o país voltou a se livrar da gripe aviária e que negocia a redução de embargos internacionais. Esse vai-e-vem sanitário, porém, não foi o que mexeu com os frigoríficos na Bolsa brasileira. As ações oscilaram, mas terminaram em queda. Minerva (BEEF3) perdeu amplos 7,13%, um dia após recomprar bonds em mais de R$ 1,3 bilhão.
Quem balançou também foram BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): ambas subiram e desceram, para terminarem literalmente no zero, em uma gangorra que incluiu a aprovação sem estrições do CADE da negociação entre elas.
Depois da alta de ontem, as siderúrgicas recuaram hoje, justamente quando entrou em vigor o aumento das tarifas sobre aço e alumínio pelos EUA. O sobe-e-sobe-ainda-mais tarifário fez Gerdau (GGBR4) perder hoje 0,62% e Usiminas (USIM5) cair 1,14%.
Petrobras cai e Vale sobe
A queda do petróleo internacional derrubou também a Petrobras (PETR4), com 2,75%, mas a ação sofre mesmo com a incerteza, que é, segundo a XP, o principal efeito dos novos tributos no setor. Brava Energia (BRAV3), pelo menos, subiu 1,19%, após recorde de produção em maio.
O Ibovespa perdeu com Petrobras, mas perdeu principalmente com os bancos, que caíram em bloco, mais uma vez com BB (BBAS3) liderando a derrocada, agora com menos 2,74%, na mínima do dia. Depois do balanço do 1T25, a ação vem sofrendo e já opera negativo no ano, com menos 4%.
Mas podia ser pior. Gangorras são assim: uns caem, outros sobem. Vale (VALE3) está na parte de cima, com mais 0,46%, um ganho insuficiente para salvar o Ibovespa. Assim como o ganho de 3,50% de WEG (WEGE3), que sobe em “tempos incertos”, segundo analistas. E Direcional (DIRR3), que ganhou 0,41%, como a potencial queridinha dos investidores.
A quinta-feira tem como assunto mais importante a decisão da taxa de juros pelo Banco Central Europeu, que deve baixá-la para 2%, menos 0,25 pp. Nada que garanta que essa gangorra vai terminar. O sobe-e-desce nos negócios segue imprevisível.
(Fernando Augusto Lopes)