Ibovespa fecha em alta após 5 pregões; Dólar recua e fecha a 1,3%,
- porInfoMoney
- 24 de Setembro / 2024
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| Créditos: Reprodução/Infomoney
Depois de cinco pregões no vermelho, alegria! O Ibovespa subiu 1,22%, aos 132.155,76 pontos, um ganho de 1.587,39 pontos, na maior alta em um dia desde o dia 19 de agosto, de 1,36%. O dólar comercial acompanhou o sentimento e caiu 1,30%, a R$ 5,46, e os DIs (juros futuros) recuaram por toda a curva.
Todo esse cenário positivo veio de duas frentes: os estímulos que o governo chinês anunciou e a “dureza” da Ata da última reunião do Copom, que foi divulgada hoje.
Primeiro, do lado de cá de Greenwich. Após a alta de 0,25 pp na Selic semana passada, com um comunicado considerado “duro”, a Ata do Copom divulgada hoje manteve o mesmo tom. Alexandre Lohmann, economista-chefe da Constância Investimentos, aplaudiu a coerência: “uma maior sintonia com o comunicado oficial, ao contrário de reuniões anteriores, onde havia uma diferença significativa entre os dois textos, gerando expectativas divergentes”.
O Copom decidiu por unanimidade iniciar um ciclo de ajuste de maneira gradual e o pontos ponto principal, para o economista, não é o gradualismo com que o BC vai caminhar agora, mas o início do processo. “Se os dados justificarem, podemos ver um aumento maior”.
“A Ata de hoje é consistente com o nosso cenário de aceleração nas altas das taxas para 50bps nas próximas reuniões”, disse a XP. “Na Selic terminal, mantemos nossa projeção de 12,00%, reconhecendo um viés de alta, considerando as projeções de inflação do Copom (3,5% no horizonte relevante) e os riscos ascendentes nesse cenário”.
Para o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a dinâmica da inflação ainda preocupa, citando a seca no país, que gera preocupação com os preços dos alimentos. O C6 Bank entende que, a julgar pelas projeções de inflação do BC e pelo tom duro do comunicado e da ata, que os próximos passos devem ser de uma elevação mais intensa dos juros: “o Comitê ainda considera uma assimetria altista no seu balanço de riscos para a inflação. Na nossa visão, a projeção do BC e o balanço de riscos sugerem a necessidade de um forte ciclo de alta de juros”.
Ibovespa sobe, apoiado por China
Indo para o outro lado de Greenwich, a linha de que divide o mundo, o PBoC, o Banco Central da China, anunciou uma série de medidas para tentar alavancar a economia. O presidente da autoridade monetária, Pan Gongsheng, listou entre as medidas uma redução do compulsório RRR – a quantidade de dinheiro que os bancos precisam ter em mãos – e que as taxas de hipoteca dos empréstimos imobiliários existentes vão cair para um nível semelhante ao dos empréstimos imobiliários recém-emitidos.
A notícia foi recebida com festa por todo o mundo. Mas no Brasil, o anúncio chinês teve efeito específico em mineração e siderurgia. Tanto que a Vale (VALE3) disparou 4,88%, o que fez inevitavelmente o Ibovespa subir junto. A maior alta do dia foi de CSN (CSNA3), com 9,39%, mas Usiminas (USIM5) não ficou tão atrás, com mais 7,68%, além de Gerdau (GGBR4), que avançou 4,17%, e CSN Mineração (CMIN3), que terminou com mais 4,11%.
Os bons ventos de Pequim também mexeram com o preço do petróleo, que conseguiram boas valorizações nas duas principais referências globais, o WTI e o Brent. A Petrobras (PETR4), claro, foi no embalo e subiu 0,41% (embora longe da máxima). PRIO (PRIO3) e Brava (BRAV3) também dispararam: 4,40% e 8,72%, respectivamente.
O setor financeiro não conseguiu tanta potência e Bradesco (BBDC4) fechou com menos 0,14%, enquanto BB (BBAS3) teve leve queda, de 0,07%, perto da mínima do dia. subiu 0,22%. Itaú Unibanco (ITUB4), por sua vez, fechou praticamente estável, com menos 0,03% – inclusive, a ação preferida no setor, entre os investidores da XP. Entre os nomes financeiros, até a B3 (B3SA3), que vem sentindo no cangote o bafo de cada vez mais concorrentes, subiu 0,45%.
Assaí (ASAI3) ainda foi destaque, com alta de 3,69%, apesar do JPMorgan não se entusiasmar tanto, em um dia bom para os varejistas em geral: Lojas Renner (LREN3) voltou a disparar, agora com 5,36%.
Dia ruim mesmo para Azul (AZUL4), que caiu 5,04%, mas cuja volatilidade está no radar dos investidores. E Santos Brasil (STBP3) voltou a subir, dessa vez mais 0,41%, após a estupenda alta de mais de 16% ontem.
A semana ainda tá só começando. Vale repetir o mantra de ontem: é bom estar preparado, porque a semana vai ser pesada. Amanhã, o Brasil conhecerá seu IPCA-15 de setembro, e na quinta (26), sua inflação ao produtor em agosto.
Na sexta (27), tem a taxa de desemprego no Brasil. Ainda na quinta, os EUA divulgam a leitura final do PIB do 2T24, enquanto na sexta sai a temida inflação de gastos pessoais, o PCE. De quebra, na quinta, ainda há discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. É sempre bom saber onde se está pisando. (Fernando Augusto Lopes)
Confira as últimas dos mercados
Índice de BDRs (BDRX) termina a sessão com perdas de 0,44%, aos 19.833,28 pontos
Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerra pregão com baixa de 0,25%, aos 3,303,53 pontos
Ibovespa fecha com alta de 1,20%, aos 132.140,75 pontos
Máxima: 133.072,68
Mínima: 130.569,95
Diferença para a abertura: +1.572,38 pontos
Volume: R$ 23,10 bilhões
Confira a evolução do IBOV durante a semana, mês e ano:
Segunda-feira (23): -0,38%
Terça-feira (24): +1,20%
Semana: +0,82%
Setembro: -2,84%
3T24: +6,65%
2024: -1,52%
Dólar comercial termina dia com queda de 1,30%
O dólar volta a cair diante do real, após a alta de ontem. O movimento vai na direção similar da divisa norte-americana, que na comparação com as principais moedas do mundo ficou com o DXY em baixa de 0,47%, aos 100,38 pontos.
Venda: R$ 5,563
Compra: R$ 5,562
Mínima: R$ 5,447
Máxima: R$ 5,527