Hegemonia: Adriane Lopes na contra-mão

| Créditos: REPRODUÇÃO/Investiga MS

Em Mato Grosso do Sul, o sono da democracia pode estar mais profundo do que se imagina. A hegemonia, esse conceito tão discutido nas universidades, onde um grupo comanda a outros em esferas políticas, econômicas e culturais, se apresenta como uma sombra ameaçadora. 

O alerta precisa ser dado: o que acontece em Campo Grande hoje pode definir o futuro político em todo estado.

As promessas de campanha são como doces ilusões, e muitos eleitores parecem desatentos, esquecendo que um único partido tenta dominar os âmbitos municipal e estadual e pode selar um destino monolítico. 

É simples: sem oposição, a discussão e o diálogo se esvaem, e a democracia, antes vibrante, se transforma em uma formalidade. A ausência de questionamentos e debates robustos dá lugar à imposição de ideias, ao martelar de decisões sem contestação.

E enquanto isso, na redação de alguns veículos da imprensa local, a busca por escândalos em Adriane Lopes parece mais um exercício de formiguinha. Afinal, que grande controvérsia poderia existir onde não há nada a ser encontrado? O passado limpo da prefeita e suas ações proativas não parecem merecer uma análise crítica mais profunda. Vão continuar caçando “pêlo em ovo”, o que convenhamos chega a ser vexatório.

É o momento de acordar! 

O eleitor precisa entender que a falta de diversidade nas vozes políticas pode ser um veneno letal para a democracia. O risco de um monopólio político paira sobre Campo Grande, e, caso se concretize, as classes representativas serão silenciadas, empobrecendo o debate e a pluralidade de ideias.

Quando observamos os principais nomes na disputa eleitoral, notamos que, no eixo da direita conservadora, há muita falta de informação. 

O governo estadual, sob a bandeira do PSDB, com Beto Pereira, também tucano, como candidato à prefeitura, é cercado por um mar de denúncias e questionamentos. 

Do outro lado, Rose Modesto, com seu pedigree de centro-esquerda e vínculos com o PT formalizados pelo apoio declarado do deputado federal  Vander Loubet e o cargo da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), que ocupava antes das eleições, caminha com apoio de Luiz Henrique Mandetta, primo do ex-prefeito Marquinhos Trad, que, por sua vez, também busca uma cadeira na Câmara Municipal.

E agora, o que nos resta? 

Os eleitores precisam se lançar em uma análise crítica e cuidadosa. A única candidata que pode equilibrar esse jogo é Adriane Lopes, que, ao contrário da maré que se aproxima, não tem escândalos políticos traz uma alternativa de representação da direita conservadora, apoiada por figuras como Tereza Cristina e Luiz Ovando.

Mato Grosso do Sul enfrenta uma encruzilhada. Se não houver vigilância e participação ativa dos cidadãos, a democracia, antes tão robusta, corre o risco de se tornar um eco distante, perdendo seu significado e sua força. 

O que está em jogo é muito mais do que uma eleição; é o futuro da nossa capital e nosso estado.

Por Alcina Reis

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

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