Hegemonia: Adriane Lopes na contra-mão
- porPor Alcina Reis
- 02 de Outubro / 2024
- Leitura: em 5 segundos

| Créditos: REPRODUÇÃO/Investiga MS
Em Mato Grosso do Sul, o sono da democracia pode estar mais profundo do que se imagina. A hegemonia, esse conceito tão discutido nas universidades, onde um grupo comanda a outros em esferas políticas, econômicas e culturais, se apresenta como uma sombra ameaçadora.
O alerta precisa ser dado: o que acontece em Campo Grande hoje pode definir o futuro político em todo estado.
As promessas de campanha são como doces ilusões, e muitos eleitores parecem desatentos, esquecendo que um único partido tenta dominar os âmbitos municipal e estadual e pode selar um destino monolítico.
É simples: sem oposição, a discussão e o diálogo se esvaem, e a democracia, antes vibrante, se transforma em uma formalidade. A ausência de questionamentos e debates robustos dá lugar à imposição de ideias, ao martelar de decisões sem contestação.
E enquanto isso, na redação de alguns veículos da imprensa local, a busca por escândalos em Adriane Lopes parece mais um exercício de formiguinha. Afinal, que grande controvérsia poderia existir onde não há nada a ser encontrado? O passado limpo da prefeita e suas ações proativas não parecem merecer uma análise crítica mais profunda. Vão continuar caçando “pêlo em ovo”, o que convenhamos chega a ser vexatório.
É o momento de acordar!
O eleitor precisa entender que a falta de diversidade nas vozes políticas pode ser um veneno letal para a democracia. O risco de um monopólio político paira sobre Campo Grande, e, caso se concretize, as classes representativas serão silenciadas, empobrecendo o debate e a pluralidade de ideias.
Quando observamos os principais nomes na disputa eleitoral, notamos que, no eixo da direita conservadora, há muita falta de informação.
O governo estadual, sob a bandeira do PSDB, com Beto Pereira, também tucano, como candidato à prefeitura, é cercado por um mar de denúncias e questionamentos.
Do outro lado, Rose Modesto, com seu pedigree de centro-esquerda e vínculos com o PT formalizados pelo apoio declarado do deputado federal Vander Loubet e o cargo da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), que ocupava antes das eleições, caminha com apoio de Luiz Henrique Mandetta, primo do ex-prefeito Marquinhos Trad, que, por sua vez, também busca uma cadeira na Câmara Municipal.
E agora, o que nos resta?
Os eleitores precisam se lançar em uma análise crítica e cuidadosa. A única candidata que pode equilibrar esse jogo é Adriane Lopes, que, ao contrário da maré que se aproxima, não tem escândalos políticos traz uma alternativa de representação da direita conservadora, apoiada por figuras como Tereza Cristina e Luiz Ovando.
Mato Grosso do Sul enfrenta uma encruzilhada. Se não houver vigilância e participação ativa dos cidadãos, a democracia, antes tão robusta, corre o risco de se tornar um eco distante, perdendo seu significado e sua força.
O que está em jogo é muito mais do que uma eleição; é o futuro da nossa capital e nosso estado.
Por Alcina Reis
Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal