O Governo de Mato Grosso do Sul delimitou uma área de 160 mil hectares na região do Baixo Rio Taquari, em Corumbá, para estudos que podem resultar na criação de uma nova unidade de conservação ambiental no Pantanal. A medida foi publicada nesta segunda-feira (7) no Diário Oficial do Estado.

O estudo terá duração de sete meses, sem possibilidade de prorrogação. Durante esse período, ficam proibidas atividades com potencial de causar degradação ambiental, como corte raso de vegetação nativa e exploração de recursos naturais. Estão permitidas apenas atividades agropecuárias já em andamento e obras públicas autorizadas.

A região é marcada por problemas ambientais desde a década de 1970, com perda de vegetação e aumento da sedimentação no Rio Taquari. A erosão transformou o rio em um sistema instável, contribuindo para a inundação permanente de cerca de 11 mil km² — área semelhante à do Catar.

O Estado busca recursos adicionais junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ampliar os investimentos já garantidos de R$ 10 milhões em ações de combate à erosão e ao assoreamento, que afetam o Cerrado, o Pantanal e comunidades locais.

Em março, duas áreas da Fazenda Taquari, com 121 hectares no total, foram declaradas de utilidade pública para integrar o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, nos municípios de Costa Rica e Alcinópolis.

O parque foi palco, em 2023, do maior projeto de recuperação ambiental do país. Com o plantio de mais de 270 mil mudas pelo projeto "Sementes do Taquari", o governo executou ações de conservação do solo e combate a voçorocas, com apoio de empresas privadas e ONGs.

Neste ano, está prevista uma nova etapa de recuperação do rio, com duração de quatro anos e investimento de R$ 6,7 milhões.

Segundo estudo da Embrapa Pantanal em parceria com instituições da Holanda, a Bacia do Alto Taquari tem 29 mil km² e abriga o maior leque aluvial do mundo, com 5 mil km², sendo responsável por 16% da contribuição hídrica ao Rio Paraguai.