Governador do Pará anuncia venda de quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono

Governador do Pará anuncia venda | Créditos: Marcio Menasce/ Embratur

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou na última terça-feira (24) a conclusão de uma venda de 12 milhões de toneladas de créditos de carbono, com valor de 15 dólares por tonelada, totalizando quase R$ 1 bilhão. A negociação representa a maior venda desse tipo na história do estado e ocorreu durante a Semana do Clima de Nova York, no evento Casa Amazônia NY.

Durante o evento, Barbalho também destacou um importante avanço na cadeia produtiva do Pará, informando que até 2026 o estado atingirá 100% de rastreabilidade individual nas cadeias de proteína bovina e bubalina, uma medida voltada para garantir a sustentabilidade e o controle ambiental.
Barbalho enfatizou que parte dos recursos oriundos da venda dos créditos de carbono será direcionada à sociedade, beneficiando povos indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares. O restante será vinculado à continuidade das políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa no Pará.

“Esta é uma agenda extraordinária. Estamos concretizando a maior venda de créditos de carbono da história. Nosso objetivo é fazer com que a floresta viva tenha mais valor do que a floresta morta, transformando esse sonho em realidade”, afirmou o governador.

O que é crédito de carbono?
Segundo o Sebrae, um crédito de carbono é a representação de uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera, contribuindo para a diminuição do efeito estufa. Ou seja, uma tonelada de dióxido de carbono é igual a um crédito de carbono. O crédito de carbono é a moeda utilizada no mercado de carbono.
Nesse mercado, empresas que possuem um nível de emissão muito alto e poucas opções para a redução podem comprar créditos de carbono para compensar suas emissões. Assim, quanto mais um país se empenhar para reduzir a emissão de poluentes, mais crédito conseguirá gerar, podendo, então, utilizá-los como moeda de negociação com outros países que não tenham alcançado as metas de redução.

Veja alguns exemplos de estratégias eficientes que podem ser adotadas pelos países e organizações para a redução da emissão de gases do efeito estufa:
redução dos níveis de desmatamento;
campanhas para estimular o consumo consciente;
utilização de fontes de energia alternativas;
redução de materiais descartáveis e correta destinação dos resíduos;
utilização racional de energia e água;
criação de políticas sustentáveis e de preservação ambiental;
promoção e estruturação de mobilidade urbana sustentável, entre outras.
Imersão sensorial
Durante a Semana do Clima, a Amazônia ganhou destaque internacional com a inauguração da Galeria Visit Brasil, em Nova York, uma iniciativa da Embratur em parceria com o Sebrae. A exposição, que acontece até o dia 27 de setembro, tem como objetivo proporcionar uma experiência multissensorial, conectando empresários, influenciadores e formadores de opinião à diversidade cultural e natural da região amazônica.

Durante a abertura oficial no dia 23 de setembro, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, ressaltaram a relevância da preservação da Amazônia, tanto ambiental quanto economicamente. “Preservar a Amazônia significa desenvolver um modelo que garanta a sobrevivência da floresta e de seus povos. O turismo é uma poderosa ferramenta nesse processo”, destacou Freixo.

A galeria oferece uma imersão na Amazônia, através de música, artesanato, fotografia, artes visuais, moda e gastronomia. Guajajara enfatizou que o espaço é uma oportunidade para sensibilizar o público internacional sobre a importância da ancestralidade indígena e a preservação do bioma. “É um convite à conscientização”, afirmou.

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