Imagens extraídas do notebook da engenheira civil Joice Mara Estigarribia da Silva, delatora do esquema de corrupção que seria comandado pelo ex-vereador e ex-vice-prefeito de Amambai, Valter Brito da Silva (PSDB), mostram investigados ostentando maços de dinheiro. As fotos, anexadas aos autos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), reforçam as suspeitas de desvio de recursos públicos e pagamento de propinas.

Em uma das imagens, retirada de uma rede social, um dos investigados aparece segurando maços de dinheiro com a legenda "só pq tá f***". O Gaeco, apesar de não identificar as pessoas nas fotos, aponta semelhança com a situação de outro investigado que postou foto com dinheiro supostamente oriundo de acerto com participantes de licitação para que retirassem suas empresas do processo.

De acordo com as investigações, Valter Brito da Silva teria recebido mais de R$ 5 milhões em propina de empresários. Ele é apontado como líder de um esquema de corrupção e fraudes em licitações que envolvia 13 empresas de fachada, em nome de familiares e pessoas próximas ao ex-vereador.

Ao todo, 17 pessoas foram denunciadas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e tornaram-se rés na ação penal que tramita na Comarca de Amambai. Entre os acusados estão: Valter Brito da Silva, Letícia de Carvalho Teoli, Jonathan Fraga de Lima, Maikol do Nascimento Brito, Joice Mara Estigarribia da Silva, Júlio Arantes Varoni, Fernanda Carvalho Brito, Aldevina Aparecida Nascimento, Carlos Eduardo da Silva, Angela Bonomo, Luciana Pereira Vieira Adorno Vicentim, Ariel Betezkoswki Maciel, José Carlos Roncone, Valdir de Brito, Luiz Henrique Bezerra Rodrigues e Cassiane Thafilly de Freitas Rodrigues.

A denúncia foi recebida em dezembro de 2023 pelo juiz Daniel Raymundo da Matta, da Vara Criminal de Amambai.