Filha de desembargador é suspeita de ocultar R$ 6,8 milhões em bens

| Créditos: Foto: Antonio Bispo/Campo Grande News

Em meio à Operação Ultima Ratio, deflagrada em 24 de outubro, a Polícia Federal investiga a advogada Renata Gonçalves Pimentel, filha do desembargador Sideni Soncini Pimentel, presidente eleito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por suspeita de ocultar mais de R$ 6,8 milhões em bens.

Relatório da PF enviado ao Superior Tribunal de Justiça aponta indícios de que Renata teria ocultado mais de R$ 4,1 milhões na compra de 22 veículos de luxo entre 2014 e 2023, incluindo Mercedes, BMW, Range Rover e Hilux. A investigação destaca a aquisição de uma Mercedes GLE 400 por R$ 750 mil em 2023.  A PF suspeita que os veículos tenham sido "adquiridos com recursos de origem desconhecida", já que não foram declarados no Imposto de Renda.

Além dos carros, Renata também é investigada por supostamente ocultar a compra e venda de cinco imóveis, totalizando mais de R$ 2,7 milhões.  A PF identificou  discrepâncias entre os valores declarados  e o valor base do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) em uma transação imobiliária.

A investigação levanta a hipótese de "confusão patrimonial" entre os membros da família Pimentel, incluindo o irmão de Renata,  Rodrigo Gonçalves Pimentel, que também é advogado e teve um aumento exponencial de renda nos últimos anos.  Segundo a PF, Rodrigo declarou renda de R$ 52,5 mil em 2017 e R$ 9,2 milhões em 2022.

Os irmãos são suspeitos de envolvimento em um esquema de venda de sentenças judiciais supostamente operado pelo pai, desembargador Sideni Soncini Pimentel. A PF investiga transferências bancárias e empréstimos entre o desembargador e seus filhos, o que poderia indicar repasse de valores ilícitos.

Operação Ultima Ratio afasta desembargadores

A Operação Ultima Ratio investiga  suspeitas de corrupção e venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Além de Sideni Pimentel, outros quatro desembargadores foram afastados de seus cargos pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça: Sérgio Fernandes Martins (presidente), Vladimir Abreu da Silva (eleito vice-presidente), Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos.

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