Família autoriza estudo sobre bebê calcificado na barriga de idosa após mais de meio século
- porRedação
- 21 de Março / 2024
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A família de Daniela Almeida Vera, de 81 anos, consentiu que o Hospital Regional de Ponta Porã (HR) conduza investigações sobre o bebê calcificado encontrado em seu abdômen após mais de 50 anos, revelou Rosely Almeida, sua filha. O interesse por parte de um médico em iniciar a pesquisa foi confirmado pela unidade de saúde, porém os detalhes dos próximos passos ainda não foram divulgados.
Daniela, moradora do município de Aral Moreira (MS), na fronteira entre Brasil e Paraguai, era portadora de uma condição rara denominada litopedia. Ao buscar tratamento para uma infecção urinária em 10 de março, inicialmente em um posto de saúde local e depois no hospital de Aral Moreira, somente no HR de Ponta Porã foi descoberta a presença do feto calcificado, por meio de um exame de ultrassonografia 3D.
Submetida a uma cirurgia para a remoção do bebê, Daniela veio a falecer no dia seguinte, vítima de uma grave infecção generalizada, originada da infecção urinária.
A suspeita da equipe médica é que Daniela carregou o "bebê de pedra" em seu abdômen por 56 anos, desde sua última gestação. No entanto, sua filha Rosely acredita que esse período pode ter sido ainda mais longo, baseando-se nos relatos de dores abdominais que a mãe sofria desde sua primeira gestação, ocorrida quando ela ainda era adolescente e tinha outro parceiro.
O médico obstetra José Eduardo afirmou ao G1 que a litopedia provavelmente impediria qualquer nova gravidez, sugerindo que o feto encontrado foi o último de Daniela.
Com sete filhos e 40 netos, Daniela deixou um legado familiar significativo. Sua filha mais jovem, Rosely Almeida, agora enfrenta o desafio de lidar com a perda e reconstruir a vida familiar.
O caso de Daniela foi desvendado em 14 de março, quando uma tomografia 3D realizada no HR de Ponta Porã revelou a presença do feto calcificado. Após a cirurgia de remoção, a idosa foi transferida para a UTI, onde veio a óbito no dia seguinte, devido à complicação da infecção generalizada.
Segundo Rosely, sua mãe, de origem indígena, tinha preferência por tratamentos alternativos e evitava buscar auxílio médico. No entanto, diante da piora de sua condição de saúde, Daniela foi convencida a procurar ajuda profissional, culminando na descoberta surpreendente do feto calcificado.