Família alega erro médico no caso da enfermeira morta após acidente na BR-060

Nas fotos, Nauany com as filhas e a mãe | Créditos: Arquivo Familiar

A família da enfermeira Nauany Novaes Barbosa dos Santos, de 32 anos, denunciou um possível erro médico no atendimento da vítima de um acidente de trânsito. A enfermeira faleceu em casa cerca de 11 horas após receber alta do Hospital Santa Casa de Campo Grande. O acidente ocorreu em outubro de 2022, e o caso está em andamento na 16ª Vara Cível, sob a supervisão do juiz Giuliano Máximo Martins.

Carro de idosos partiu ao meio - Foto: Reprodução/TJMS

Conforme informações do Topmidia, no dia 8 de outubro de 2022, Nauany estava viajando com a família para Bonito em um Jeep Compass, quando o veículo foi atingido por um Fiat Uno em Sidrolândia. O acidente resultou na morte do casal no Uno. As vítimas do Jeep, incluindo Nauany e sua mãe Lidiane Novaes Barbosa, foram socorridas e encaminhadas ao Hospital de Sidrolândia.

Após os primeiros atendimentos, Nauany e sua mãe foram transferidas para a Santa Casa em virtude da gravidade das lesões. Lidiane relatou que, apesar dos sintomas persistentes da filha, esta recebeu alta no dia seguinte, sendo levada para a casa da avó.

Os advogados da família, Newley A. S. Amarilla e Rodrigo Tesser Pontes, alegam uma série de erros médicos no atendimento à enfermeira. Eles argumentam que a falta de uma avaliação adequada da gravidade do acidente no ingresso ao hospital influenciou negativamente o tratamento subsequente.

A defesa aponta que a paciente, que apresentava possíveis lesões na alça intestinal e indícios de sangramento interno, foi classificada erroneamente como de risco "amarelo". Além disso, alegam que Nauany foi acompanhada apenas por médicos residentes, sem supervisão, o que poderia ter contribuído para uma interpretação equivocada dos exames.

Carro da família de Nauany - Foto: Reprodução/TJMS

Nauany faleceu 11 horas após a alta, e os advogados sustentam que exames físicos e de imagem indicavam uma situação preocupante. O laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal apontou "complicações sistêmicas do trauma contuso" como a causa da morte.

A Santa Casa, por sua vez, defendeu-se alegando que a classificação de risco e o atendimento seguiram protocolos técnicos. A instituição argumenta que a paciente recebeu atendimento imediato por uma equipe especializada e que a classificação "amarela" refere-se à prioridade de atendimento, não à gravidade do quadro.

O hospital também negou falhas na supervisão médica, destacando que diversos profissionais acompanharam Nauany durante a internação. Alegam que os exames indicavam um quadro de lesão esplênica com indicação de tratamento conservador, sem evidências de sangramento significativo.

A família recorreu à justiça, enquanto a Santa Casa reafirma a qualidade e humanização de seus serviços, colocando-se à disposição para esclarecimentos adicionais. O caso permanece em análise judicial.

Bebê estava na cadeirinha e toda família usava cinto de segurança - Foto: Reprodução/TJMS

 

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