Evo Morales critica governo Arce e reafirma candidatura apesar de ordem de prisão
- porRedação
- 04 de Junho / 2025
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Após semanas de negociações, o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, concedeu entrevista exclusiva ao R7 em Lauca Ñ, na região de Chapare, onde está abrigado com apoio de comunidades indígenas. A entrevista foi autorizada em 12 de maio e ocorreu sob forte esquema de segurança. Morales, de 65 anos, é alvo de uma ordem de prisão reemitida em 2025 por suposto estupro, acusação que ele nega.
Durante 1h10 de conversa, Morales acusou o atual presidente, Luis Arce, de ser o responsável por um plano para assassiná-lo, conhecido como "Plan Negro". "Tudo o que fazem militares, policiais e ministros é por ordem do presidente", afirmou.
Questionado sobre a acusação de estupro envolvendo uma menor de idade, Morales alegou que o caso está encerrado. “Se não há vítima, não há delito”, disse. A Justiça boliviana, no entanto, reabriu as investigações neste ano.
Sobre sua candidatura à presidência em 2025, Morales criticou o Tribunal Eleitoral, que rejeitou o registro por irregularidades na documentação e por perda de personalidade jurídica do partido. Ele afirmou que houve “ruptura da ordem constitucional” e que recorrerá legal e politicamente contra a decisão.
Na área econômica, acusou o governo Arce de seguir diretrizes do FMI e do Banco Mundial, resultando em uma crise severa. “Essas políticas de contração econômica trouxeram muitos danos ao povo boliviano”, declarou.
Morales também defendeu a união de diferentes setores em um “reencontro nacional” e fez um apelo ao presidente Lula. “Espero que Lula nos ajude a salvar novamente a Bolívia, como fez em minha primeira gestão”, disse.
No dia seguinte à entrevista, Morales convidou a equipe do R7 para uma visita à sua chácara em Villa Victória, onde cultiva frutas e peixes. Ao fim do encontro, demonstrava preocupação com os rumos do país e de sua própria situação política.
Com informações do R7