Em meio ao Dia do Pantanal (12 de novembro), especialistas, líderes comunitários e membros da Articulação Agro é Fogo se reunirão em Corumbá para discutir a crescente ameaça de incêndios criminosos no bioma. O evento, que ocorre no campus do IFMS nos dias 12 e 13 de novembro, visa conscientizar a população sobre os impactos devastadores das queimadas e debater estratégias de combate ao problema.

Dados alarmantes do MapBiomas revelam que o Pantanal foi o bioma brasileiro mais afetado por incêndios nas últimas quatro décadas, com quase 60% de sua área total queimada.  O Monitor do Fogo aponta um aumento de 2.306% nas queimadas entre janeiro e setembro de 2024, em comparação aos cinco anos anteriores. Corumbá lidera o ranking das áreas mais afetadas, com 72% da região sofrendo queimadas recorrentes.

A Articulação Agro é Fogo, composta por mais de 50 movimentos sociais, denuncia o uso do fogo como ferramenta predatória no agronegócio.  Comunidades tradicionais, por outro lado, defendem o uso controlado do fogo para promover a biodiversidade e prevenir incêndios de grande escala. Especialistas alertam que a seca prolongada, agravada pelas queimadas sucessivas, acelera a desidratação do Pantanal, com a área alagada em 2023 registrando uma redução de 50% em relação a 2018.

O evento em Corumbá contará com seminários e audiências públicas, reunindo pesquisadores, representantes de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhos, além de membros da Articulação Agro é Fogo.  O objetivo é debater os impactos sociais e ambientais dos incêndios, incluindo a perda de biodiversidade, a ameaça à saúde pública e a insegurança alimentar das comunidades locais.  Durante o evento, será lançada uma campanha nacional para mobilizar a sociedade civil e o poder público na defesa do Pantanal.