EUA e China acordam reduzir tarifas temporárias em acordo comercial
- porRedação
- 12 de Maio / 2025
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| Créditos: REUTERS/Aly Song
Em um desenvolvimento que surpreendeu analistas, Estados Unidos e China anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo para reduzir temporariamente as tarifas impostas mutuamente. A medida visa atenuar as tensões de uma prolongada guerra comercial que gerou preocupações sobre uma possível recessão global e instabilidade nos mercados financeiros.
Conforme o pacto, que terá validade por 90 dias, os EUA diminuirão as tarifas adicionais sobre importações chinesas de 145% para 30%. Paralelamente, a China reduzirá suas taxas sobre importações americanas de 125% para 10%.
A notícia foi recebida com alívio, atenuando os receios de uma desaceleração econômica global, intensificados no mês anterior após a escalada das tarifas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, com o objetivo declarado de diminuir o déficit comercial americano.
Após as negociações em Genebra, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou: "Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais. Nós dois temos interesse em um comércio equilibrado, e os EUA continuarão avançando nesse sentido."
Bessent, ao lado do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, enfatizou que o consenso entre as delegações é de que "nenhum dos lados deseja uma dissociação" econômica. Ele acrescentou que as elevadas tarifas anteriores equivaliam a um "embargo", algo que ambos os países buscam evitar em favor do comércio.
As reuniões em Genebra marcaram o primeiro diálogo presencial de alto nível entre autoridades econômicas dos dois países desde o retorno de Trump ao poder e a implementação de uma ofensiva tarifária global, com foco significativo na China.
Bessent esclareceu que o acordo não estabelece tarifas específicas para setores individuais, e que os EUA manterão o foco no reequilíbrio estratégico em áreas consideradas vulneráveis na cadeia de suprimentos, como medicamentos, semicondutores e aço.
Desde janeiro, o governo Trump elevou para 145% as tarifas incidentes sobre produtos chineses importados pelos EUA, somando-se às taxas já existentes de seu primeiro mandato e às implementadas pelo governo Biden anterior. Em resposta, a China restringiu a exportação de elementos de terras raras, cruciais para indústrias americanas de defesa e eletrônicos, e aumentou as tarifas sobre bens dos EUA para 125%.
O economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, Zhiwei Zhang, avaliou o acordo como "melhor do que o esperado", prevendo uma redução tarifária em torno de 50%. Ele destacou o impacto positivo para as economias de ambos os países e para a economia global, diminuindo as preocupações de curto prazo sobre danos às cadeias globais de oferta.
A disputa tarifária afetou cerca de US$ 600 bilhões em comércio bilateral, perturbando cadeias de suprimentos, levantando temores de estagflação e resultando em algumas demissões.
Antes da conclusão do acordo, Trump descreveu as negociações como uma "reinicialização total... de forma amigável, mas construtiva". Ele havia justificado a imposição de tarifas, em parte, declarando uma emergência nacional relacionada à entrada de fentanil nos Estados Unidos. Greer informou que as discussões sobre a restrição do opioide foram "muito construtivas", embora em um âmbito separado das negociações comerciais.