Um estudo abrangente encomendado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e divulgado em 2015 destacou não apenas o aumento significativo no volume de chuvas na região Sul do Brasil, mas também apontou para os potenciais efeitos do aumento da temperatura em Mato Grosso do Sul nas próximas décadas.

O projeto "BRASIL 2040" conduziu simulações por instituições nacionais de excelência, utilizando modelos climáticos globais, que preveem de forma clara o aumento das chuvas no Rio Grande do Sul, estado que enfrenta uma das maiores tragédias humanitárias de sua história devido às inundações causadas pelas precipitações incessantes.

Essas simulações, denominadas modelo "ETA", projetam como a anomalia de temperatura e precipitação, associadas ao aquecimento climático, podem se manifestar no intervalo de 2010 a 2099, dividido em três períodos: de 2010 a 2040, de 2041 a 2070 e de 2071 a 2099.

Para os três períodos, as simulações indicam que o Centro-Oeste será a região com o maior aumento de temperatura, estimando um aquecimento de 2,5 °C no primeiro período, 4,5 °C no segundo período e 6 °C no terceiro período.

O aumento na temperatura está correlacionado com o aumento do volume de chuva na região Sul e a diminuição na região Centro-Oeste. As simulações mostram o extremo sul do Brasil com anomalias positivas de chuva e as demais regiões do país com anomalias negativas.

O estudo também aponta para adaptações necessárias no setor agropecuário brasileiro, incluindo em Mato Grosso do Sul, onde o cultivo da soja exigirá maior adaptação para lidar com eventos mais frequentes de chuvas intensas.

Além disso, relatórios de monitoramento atuais, como os do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), destacam a situação de seca em Mato Grosso do Sul, alertando para a intensificação da mesma, especialmente no norte do estado, devido às chuvas abaixo da média registradas nos últimos meses.

Essas informações destacam a necessidade de medidas de adaptação e planejamento para lidar com os impactos das mudanças climáticas em Mato Grosso do Sul, que contrastam com os desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul em relação às inundações.

Com informações Campo Grande News