As autoridades paraguaias revelaram nesta semana uma tentativa audaciosa de tráfico internacional de drogas envolvendo a empresa Chokukue S.A. O episódio, que resultou na apreensão de quatro toneladas de cocaína, marcando a maior apreensão já registrada no país, ocorreu no Porto Caacupemí, às margens do Rio Paraguai.

Segundo a Direção Nacional de Ingressos Tributários, responsável pela fiscalização equivalente à Receita Federal brasileira, a carga ilícita estava oculta em fardos de açúcar destinados ao transporte marítimo até o porto de Antuérpia, na Bélgica. A operação, que envolveu o monitoramento contínuo da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), foi desencadeada na segunda-feira (15), resultando na descoberta dos narcóticos após uma minuciosa inspeção com cães farejadores.

Fundada em 2018, a Chokukue S.A. foi previamente investigada por atividades suspeitas em 2019, mas o caso foi arquivado por falta de evidências. Recentemente reativada, a empresa despertou a atenção das autoridades ao realizar envios prévios de açúcar para a Europa, aparentemente como teste para viabilizar o contrabando de drogas.

Durante a operação, um dos motoristas envolvidos no transporte da carga foi detido pelas autoridades paraguaias. Juan de La Cruz Galeano Mieres, 39 anos, foi preso em Luque, região metropolitana de Asunción, ressaltando a complexidade do esquema criminal descoberto.

Em entrevista, o ministro-chefe da Senad, Jalil Rachid, indicou que as investigações estão em andamento para determinar as conexões exatas por trás do carregamento, com forte suspeita de envolvimento de facções brasileiras, especialmente o PCC, conhecido por utilizar o Paraguai como rota para o transporte de drogas entre países sul-americanos e a Europa.

A descoberta da cocaína camuflada em meio à carga legal de açúcar evidencia os desafios contínuos enfrentados pelas autoridades para combater o tráfico internacional de drogas na região.