A Embaixada do Brasil em Kinshasa foi alvo de ataques na última terça-feira (28), em meio a uma onda de violência que assola a República Democrática do Congo (RDC). Diversas outras representações diplomáticas estrangeiras também foram atacadas na capital congolesa.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) manifestou "grave preocupação" com os ataques e informou que os funcionários da embaixada brasileira estão bem. Em nota, o Itamaraty reiterou a "inviolabilidade das missões diplomáticas" e a obrigação do país anfitrião de garantir a proteção do pessoal e das instalações diplomáticas.

Segundo o Itamaraty, a bandeira brasileira foi retirada e levada pela multidão durante o ataque à embaixada. O governo brasileiro também expressou preocupação com o recrudescimento da violência no leste da RDC, especialmente na cidade de Goma, e com os ataques contra tropas da ONU e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

Entenda o conflito:

A escalada de violência na RDC é atribuída ao grupo rebelde M23, que tomou controle de diversas cidades no leste do país, incluindo Goma, a segunda maior cidade e importante centro comercial. Os confrontos entre o M23 e as forças armadas congolesas, que contam com o apoio da ONU, já deixaram centenas de mortos e milhares de desabrigados.

A ONU acusa o governo de Ruanda de financiar o M23, o que Ruanda nega. O Conselho de Segurança da ONU pediu o fim da ofensiva do M23 e o respeito ao cessar-fogo definido em processo de paz. A ONU também manifestou apoio à mediação liderada pelo presidente de Angola, João Lourenço, para uma solução política entre a RDC e Ruanda.

O conflito na RDC é motivado por disputas pelo controle dos recursos minerais do país, que incluem ouro e minerais essenciais para a produção de celulares e baterias para veículos elétricos. A região de Rubaya, por exemplo, representa mais de 15% do fornecimento global de tântalo, um mineral crítico para a indústria tecnológica.

A situação permanece tensa na RDC, com o risco de o conflito se espalhar para outras regiões do país e da África Central.

Fonte: Agência Brasil