A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul condenou dois delegados de polícia por corrupção e organização criminosa. A decisão, proferida em 7 de novembro, reverteu a sentença de primeiro grau que havia absolvido um dos réus.

Os delegados Rodrigo Blonkowiski e Patrick Linares, ex-chefes da delegacia de Ponta Porã, foram acusados de liderar um esquema de extorsão e venda de drogas apreendidas na fronteira com o Paraguai. As investigações, conduzidas pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), revelaram que os policiais se aproveitavam de suas posições para  cobrar propinas e liberar veículos apreendidos, além de negociar a devolução de drogas para traficantes.

Blonkowiski foi condenado a mais de 15 anos de prisão e Linares a 8 anos e 5 meses. Ambos perderão seus cargos públicos. Outros seis policiais civis e uma perita também foram condenados por participação no esquema, com penas que variam de 3 a 8 anos de prisão.

As investigações, que duraram 10 meses, apontaram a existência de uma organização criminosa formada por policiais civis da ativa e aposentados. O grupo utilizava a delegacia de Ponta Porã como base para suas atividades ilícitas.

"O conjunto das provas orais e documentais, concernentes a dados oriundos de quebra de sigilo bancário, telemático, extração de dados e interceptações telefônicas, comprovam, de forma inconteste, que os acusados, na condição de agentes policiais (da ativa e aposentados) e delegados da Polícia Civil da cidade de Ponta Porã, agindo com o mesmo propósito e associados entre si, solicitaram e receberam vantagens indevidas no exercício da função pública desenvolvida”, afirmou o acórdão da 3ª Câmara Criminal.

Os dois delegados iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.