Desembargador da vice-presidência do TRE-MS também está afastado

| Créditos: Foto: Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS)

Sideni Soncini Pimentel, vice-presidente do TRE-MS, foi afastado do cargo após decisão do STJ em investigação sobre corrupção e venda de sentenças no TJMS.

Campo Grande, MS - O desembargador Sideni Soncini Pimentel foi afastado da vice-presidência do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) como consequência da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um esquema de corrupção e venda de sentenças no Poder Judiciário de MS. A decisão foi tomada pelo ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e estende o afastamento de Pimentel do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), onde ele também exercia o cargo de desembargador.

Pimentel é um dos cinco desembargadores do TJMS afastados de suas funções pelo STJ. Os outros são Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues e Sérgio Fernandes Martins, presidente da Corte.

Além do afastamento, o STJ determinou o uso de tornozeleira eletrônica por 180 dias e a proibição de contato com servidores do TJ. As mesmas medidas cautelares foram aplicadas ao conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul), Osmar Jeronymo, e a seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, servidor do TJ.

A investigação aponta para relações suspeitas entre os escritórios de advocacia dos filhos de Vladimir Abreu da Silva e Sideni Pimentel, sugerindo que eles teriam obtido vantagens em ações judiciais sob a responsabilidade do desembargador colega de seu pai. A PF encontrou registros de movimentação bancária, quebra de sigilo telemático e negócios entre os filhos e os pais que sustentam a suspeita.

Um dos pontos investigados é a compra de 102 cabeças de gado de Pimentel pelos filhos de Abreu da Silva em 2019, no valor de R$ 112.467,04. A PF apurou a emissão de cinco notas fiscais pelo magistrado para essa venda.

A Operação Ultima Ratio cumpriu 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

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