Deputado paraguaio é suspeito de colaborar na fuga de traficante douradense

PF apreendeu aeronave | Créditos: DIVULGAÇÃO/PF

As investigações da Polícia Federal apontam que um deputado paraguaio teria auxiliado Ronaldo Mendes Nunes, de 40 anos, a escapar da Operação Sanctus, realizada em dezembro de 2023. Ambos os irmãos, Ronaldo e Hermógenes Aparecido Mendes Filho, de 49 anos, são acusados ​​de liderarem um esquema envolvendo tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e conexões com facções criminosas.

Na ocasião da deflagração da Operação Sanctus, em 8 de dezembro de 2023, Hermógenes Aparecido foi preso, enquanto Ronaldo conseguiu evadir-se, permanecendo foragido até o momento. A suspeita de colaboração do deputado Paraguaio não teve o nome revelado, conforme decisão da 3ª Vara Federal de Campo Grande, divulgada nesta segunda-feira (29).

Embora o processo seja sob sigilo, detalhes da investigação foram expostos para fundamentar a manutenção da prisão preventiva de Aparecido Mendes. A decisão destacou a ausência de emprego formal dos acusados, a falta de justificativa para o patrimônio milionário, que inclui um avião monomotor propício para a fuga, e a possibilidade de destruição de provas. Além disso, foi ressaltada a relação dos acusados ​​com o Comando Vermelho e autoridades paraguaias.

O juiz afirmou que o grupo de violência atua internacionalmente, concentrando-se na fronteira Brasil-Paraguai, com uma estrutura logístico-operacional permanente no país vizinho. Isso teria possibilitado a fuga de Ronaldo, que estava sob monitoramento da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, pronto para ser capturado durante a Operação Sanctus, mas teria sido "resgatado" por um deputado paraguaio descoberto ligado ao narcotráfico.

Segundo a Polícia Federal, Ronaldo continua forgido, sem informações sobre seu retorno ao Brasil, evitando assim o cumprimento do mandado de prisão temporária emitido pela 3ª Vara Federal de Campo Grande contra o traficante.

O magistrado ressaltou que, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), essas declarações reforçam a ligação suspeita do crime de grupo com o poder político e o tráfico internacional de drogas. Entre os envolvidos, encontra-se a advogada Cristiane Maran Milgarefe da Costa, presa durante a operação, apontada como amante de Hermógenes Aparecido e participante das tratativas envolvendo transporte de drogas, pagamentos e ocultação de bens e lavagem de dinheiro.

A Justiça autorizou a prorrogação das investigações da Operação Sanctus por mais 30 dias, análise de documentos e diligências em andamento.

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