Delação Premiada: Ex-servidor da Prefeitura de Sidrolândia denuncia desvio de verbas públicas com carros e até combustíveis

| Créditos: Reprodução/Vídeo Campo Grande News

Segundo o ex-servidor da Prefeitura de Sidrolândia, Tiago Basso da Silva, caminhonetes, combustível e até uma tenda para almoço durante a Copa do Mundo teriam sido pagos com dinheiro público. Em delação homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), Basso detalha como o desvio de recursos era camuflado entre secretarias para cobrir despesas administrativas.

Em um dos vídeos da delação, Basso menciona a locação de quatro veículos usados por secretários e pela prefeita Vanda Camila (PP), além de cinco Gols destinados a serviços realizados por servidores. Ele destaca que uma das caminhonetes era utilizada pelo então secretário Municipal de Finanças, Cláudio Jordão de Almeida Serra (PSDB), conhecido como Claudinho Serra, para fins particulares, incluindo serviços em sua fazenda.

Basso relata que, embora não houvesse envolvimento direto dos outros secretários no esquema, houve comportamentos questionáveis, como um secretário utilizando uma SUV "30 dias por mês, 7 dias por semana." Além disso, a prefeita usava outro veículo regularmente para atividades do Executivo.

A delação também menciona a contratação de serviços sem licitação e pagamentos irregulares. Um exemplo citado é a locação recorrente de tendas e palcos, com uma dívida que chegou a R$ 22 mil por uma tenda instalada na casa de Vanda Camilo durante a Copa do Mundo, permanecendo lá por quase 10 dias.

Segundo Basso, outras irregularidades incluíam o uso de notas fraudulentas para justificar gastos inexistentes em um posto de combustíveis. Empresas como Rocamora Serviços de Escritório e a 3M, de Milton Matheus Paiva, estariam envolvidas na emissão de notas para serviços não realizados.

A investigação conduzida pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) aponta Carmo Name, Ricardo José Rocamora e Ueverton da Silva Macedo, conhecido como "Frescura," como líderes do esquema de corrupção.

Em resposta às acusações, o advogado de Tiago Basso, Wellison Muchiutti, afirmou que os fatos já estão no processo e na colaboração. A prefeita Vanda Camilo declarou sua inocência e atribuiu as acusações a motivações políticas. O advogado de Cláudio Jordão de Almeida Serra, Tiago Bunning, questionou a credibilidade das declarações de Basso, alegando que foram feitas enquanto ele estava preso e solto logo após delatar.

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