Defesas reivindicam liberdade para alvos da Operação Tromper em Sidrolândia
- porRedação
- 05 de Abril / 2024
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Na sequência da terceira fase da Operação Tromper, desencadeada na quarta-feira (3), advogados que representam Marcus Vinícius Rossetini de Andrade Costa e Ana Cláudia Alves Flores, ex-chefe de licitações e pregoeira de Sidrolândia, respectivamente, entraram com pedidos judiciais buscando a liberdade para seus clientes. Ambos foram exonerados de seus cargos nesta sexta-feira (5).
Os requerimentos, apresentados pelos advogados Marcos Ivan e David Olindo, solicitam a revogação das prisões preventivas ou, alternativamente, a substituição por medidas cautelares. Os defensores argumentam que o único incidente investigado ocorreu há mais de um ano, não caracterizando reincidência criminosa. Além disso, ressaltam que a permanência foragida de Ricardo Rocamora não justifica a prisão dos demais investigados.
"É imperativo que as condutas sejam analisadas individualmente", afirma a defesa, ressaltando que o acusado não possui vínculos com Rocamora.
Por outro lado, a defesa de Ana Cláudia solicita prisão domiciliar ou liberdade para sua cliente, com base no argumento de que ela é mãe de um filho de apenas 6 anos e que o uso de tornozeleira eletrônica poderia ser uma alternativa viável. "Não há justificativa nem possibilidade de fuga ou obstrução da investigação", afirma o advogado David Olindo.
As decisões sobre os pedidos ainda estão pendentes, enquanto Ana Cláudia e Marcus foram encaminhados para unidades prisionais após a operação.
Exonerações e medidas administrativas
Na mesma sexta-feira (5), a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), anunciou no Diário Oficial a exoneração dos quatro servidores envolvidos na Operação Tromper. Enquanto a demissão do secretário Rafael Soares Rodrigues já havia sido divulgada, as exonerações de Paulo Vitor Famea, Marcus Vinícius Rossetini de Andrade Costa e Ana Cláudia Alves Flores foram oficializadas.
Os quatro foram alvos da terceira fase da Operação Tromper, que investiga fraudes em licitações e contratos municipais. Marcus Vinícius e Ana Cláudia foram presos preventivamente.
Além das exonerações, a prefeita publicou um decreto visando rescindir os contratos com as empresas investigadas, mencionando "inúmeros contratos e atas de registro de preços celebrados entre o Município de Sidrolândia e as empresas investigadas". O decreto entrou em vigor no dia 4 de abril.
Essa é a terceira fase da Operação Tromper em menos de um ano, que mira fraudes e corrupção no município de Sidrolândia e até em Campo Grande. Desde o início da operação, a prefeita Vanda Camilo limitou-se a afirmar que está acompanhando o caso, sem responder a chamadas ou mensagens da imprensa. O espaço permanece aberto para manifestações.
Genro acusado de liderar esquema
O vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), genro da prefeita Vanda Camilo, é apontado como líder da organização criminosa envolvida nas fraudes de licitações e desvios de recursos em Sidrolândia. Um relatório do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) indica que as licitações eram manipuladas pelo então secretário de Fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra, e outros servidores municipais, além de empresários.
Segundo a investigação, os contratos eram executados apenas para desviar dinheiro público, sem a prestação efetiva dos serviços. Após isso, notas fiscais fraudulentas eram emitidas para tentar encobrir os crimes. Em uma das conversas interceptadas, o empresário Ueverton Macedo, também preso na operação, menciona a necessidade de emitir notas falsas, a pedido de Claudinho Serra.
O diálogo foi com Tiago Basso, servidor de Sidrolândia responsável pela emissão das notas. Em uma conversa gravada, Ueverton pede uma nota fria relacionada ao setor de obras, sem a prestação de qualquer serviço ou fornecimento de produtos.