Um menino de 10 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi expulso do Hotel Guarujá, em Ponta Porã, e preso duas vezes em um incidente ocorrido em 24 de março. O pai da criança, Marco Antônio do Nascimento, advogado e morador do Rio de Janeiro, denunciou o caso às autoridades locais e divulgou um vídeo detalhando os maus-tratos sofridos pelo filho.

Nascimento estava na cidade para matricular-se em um curso de medicina no Paraguai. Segundo ele, o problema começou quando um funcionário do hotel reclamou do barulho que a criança fazia enquanto tomava banho. O dono do estabelecimento teria então expulsado a família, mesmo antes do horário do check-out.

O menino, ao ouvir que seria expulso, teve um surto e empurrou um sofá, sem causar danos. A Polícia Militar foi chamada e, segundo o pai, invadiu o quarto sem mandado judicial e prendeu a criança, que foi levada para um hospital.

No hospital, a criança teria sido submetida a mais violência, sendo medicada com remédios fortes e liberada em seguida. Ao retornarem ao hotel, a família foi informada que o quarto já havia sido alugado e que deveriam sair imediatamente. O menino, que precisava usar o banheiro devido à medicação, foi impedido e orientado a urinar na rua, atrás do hotel.

Diante da negativa do pai, o dono do hotel acionou a Guarda Municipal, que prendeu a criança, seu irmão e o pai, levando-os novamente ao hospital. Lá, os guardas teriam invadido a sala onde a criança estava e a agarrado, desrespeitando seus direitos.

O caso foi denunciado ao Ministério Público Federal e encaminhado ao Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul. O hotel nega as acusações, afirmando que possui imagens de câmeras de segurança que mostram a "realidade" do caso e que o pai teria maltratado a criança. A Polícia Militar e a Guarda Municipal ainda não se manifestaram sobre o ocorrido.