O Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público em Campo Grande, entrou na Justiça com um pedido inusitado:  uma multa diária de R$ 50 mil para a Prefeitura caso o município não promova o reajuste da tarifa de ônibus. A empresa justifica a solicitação alegando dificuldades financeiras,  apesar de ter arrecadado R$ 28,5 milhões em apenas dois meses.

Segundo o Consórcio,  as obrigações da empresa somam R$ 40,8 milhões, incluindo dívidas com bancos, salários e fornecedores.  A falta de reajuste na tarifa estaria agravando a situação. Um laudo pericial, no entanto,  contradiz as alegações do Consórcio,  apontando lucro de R$ 68 milhões nos primeiros anos do contrato e aumento na idade média da frota de ônibus.

A disputa judicial entre a Prefeitura e o Consórcio se arrasta desde o ano passado, com uma decisão judicial determinando o reajuste anual da tarifa e a revisão do contrato. A Prefeitura, que chegou a suspender a revisão contratual,  teve a decisão derrubada pelo STJ.

Enquanto isso, a população de Campo Grande  aguarda uma solução para o impasse, que impacta diretamente no serviço de transporte público da cidade. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para obter um posicionamento, mas não obteve resposta.