Conselheiro do TCE-MS é acusado de comprar decisões judiciais para adquirir fazendas

Osmar Jerônimo | Créditos: Reprodução/O Jacaré

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Osmar Domingues Jeronymo, afastado de suas funções desde 24 de agosto, é acusado de comprar decisões judiciais para se apossar de partes das fazendas Paulicéia, em Maracaju, e Xerez, em Bela Vista. A denúncia é resultado da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção envolvendo desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).

De acordo com a PF, Jeronymo teria utilizado seus sobrinhos, Diego e Danillo Jeronymo, como laranjas para lavar dinheiro e ocultar patrimônio.  A investigação aponta que o conselheiro teria subornado desembargadores para obter decisões favoráveis em processos judiciais relacionados às fazendas.

Em Maracaju, Jeronymo teria usado um de seus sobrinhos para agir como agiota e emprestar dinheiro à fazendeira Marta Martins de Albuquerque. Como garantia, ela teria repassado 592 hectares da fazenda Paulicéia. Posteriormente,  Jeronymo teria se apossado de 382 hectares da propriedade por meio de escrituras falsificadas e decisões judiciais suspeitas.

Na Fazenda Xerez, a PF identificou indícios de venda de sentença judicial por parte do desembargador Sideni Pimentel. O advogado Félix Jayme Nunes da Cunha teria negociado a compra da sentença a pedido de Jeronymo.

A Operação Ultima Ratio resultou no afastamento de cinco desembargadores, um juiz e o conselheiro Osmar Jeronymo. Dois desembargadores recém-aposentados também foram alvos de buscas. A PF solicitou a prisão de Jeronymo, mas o pedido foi indeferido pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Compartilhe: