Na tarde de segunda-feira, 18 de março, o Tribunal do Júri em Campo Grande emitiu uma sentença de 24 anos de prisão para Carlos Fernandes Soares, o qual foi considerado culpado pelo assassinato de Márcia Catarina Lugo, esposa de um policial civil aposentado. O crime ocorreu em 7 de outubro de 2021, com o corpo da vítima encontrado no dia seguinte na BR-262, apresentando um ferimento fatal na testa.

A decisão do Conselho de Sentença, revelada por maioria de votos, condenou Carlos a 20 anos de reclusão e 30 dias-multa por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, motivados por razões torpes e dissimulação para assegurar a ocultação de um furto. Adicionalmente, ele enfrenta uma sentença de quatro anos de detenção e 60 dias-multa pelo crime de fraude processual.

Carlos, no entanto, negou veementemente sua participação no crime, alegando que o assassinato foi cometido por um agiota conhecido como "China", para quem devia dinheiro. Ele afirmou que Márcia estava ajudando-o a quitar essa dívida, inclusive emprestando-lhe R$ 90 mil. Segundo sua versão, no dia do assassinato, ele estava com a vítima para seguir o marido dela, de quem suspeitava de traição. No entanto, a situação teria saído do controle quando "China" apareceu exigindo dinheiro, ameaçando contar ao marido de Márcia sobre o relacionamento financeiro entre os dois. Carlos descreveu um confronto em que "China" teria disparado acidentalmente contra a vítima enquanto tentava desarmá-lo.

O caso remonta a 8 de outubro de 2021, quando o corpo de Márcia foi descoberto em um banco de areia sob a ponte de um córrego na BR-262. As investigações revelaram que Carlos atraiu a vítima sob pretexto de flagrar a suposta traição de seu marido. Após o crime, ele tentou encobrir suas ações levando o veículo alugado, no qual estavam, a diferentes estabelecimentos para reparos, enquanto também realizava transferências bancárias e compras com o cartão de Márcia. Carlos foi preso dias depois em um hotel em Dourados.