Comerciante detido no Estrela Dalva acusa PMs de abuso e faz denúncia à Corregedoria
- porRedação
- 22 de Maio / 2024
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| Créditos: Google Street View
Os donos de uma conveniência no bairro Estrela Dalva, em Campo Grande, denunciaram policiais militares à Corregedoria após uma abordagem que resultou na detenção de dois homens, de 27 e 29 anos, por resistência e desobediência no dia 16 de maio.
De acordo com a advogada Grace Georges, os proprietários estavam no estabelecimento quando uma viatura policial abordou alguns jovens no canteiro em frente à conveniência. Embora distantes dos abordados, os policiais teriam ordenado que entrassem na loja, dizendo: "fecha essa bosta".
Os comerciantes afirmam que não tiveram permissão imediata para recolher as cadeiras e mesas do lado de fora. Quando um dos proprietários finalmente foi autorizado a retirar os móveis, os policiais teriam começado a danificar os bens da conveniência. O dono começou a filmar e alega ter sido agredido física e verbalmente por um PM. Segundo Grace, mais dois policiais participaram da agressão e confiscaram o celular da vítima, que também foi atingida por spray de pimenta.
Grace relata que a vítima, com o nariz sangrando e o rosto ardendo, foi ao banheiro para lavar o rosto, mas foi seguida por um policial que continuou a agressão, inclusive usando um pedaço de pau. O proprietário afirma que foi arrastado até a viatura enquanto o sócio era impedido de ajudá-lo, recebendo um tapa na nuca e tendo seu celular destruído por um policial que também usou spray de pimenta.
A defesa dos donos da conveniência alega que, além de agressões físicas, os representados foram ameaçados e insultados racialmente dentro da viatura, com os policiais exibindo armas. Os advogados também alegam danos materiais no estabelecimento, incluindo celulares quebrados, bebidas derramadas, e mobiliário destruído.
Grace destacou que a operação envolveu cinco viaturas e uma ambulância, que não prestou atendimento ao proprietário, apesar do sangramento intenso no nariz. Diversos clientes teriam presenciado a cena, e uma mulher também foi agredida. O empresário terá que passar por uma cirurgia no nariz devido às lesões.
A Corregedoria da PM emitiu uma nota informando que o caso está sendo investigado: "Esclarecemos que o comando da instituição não coaduna com qualquer desvio de conduta de seus integrantes."
Versão da Polícia Militar
Segundo o boletim de ocorrência, a Força Tática da PM patrulhava o bairro e abordou vários homens em frente à conveniência, onde havia uma aglomeração de pessoas consumindo bebidas alcoólicas e maconha, com um odor forte.
Durante a abordagem, um dos homens teria empurrado a equipe, tentando impedir a ação. Diante da resistência, os policiais ordenaram que ele saísse do local e apresentasse os alvarás necessários para o funcionamento do comércio no horário estabelecido. Conforme o BO, ele não obedeceu.
Neste momento, as outras pessoas presentes teriam jogado cadeiras contra os policiais. A PM afirma que usou técnicas de imobilização contra um agressor que continuou agitado e se machucou no processo, sofrendo uma lesão no nariz e um corte no supercílio. Foi solicitado apoio do Corpo de Bombeiros, mas o homem teria recusado o atendimento médico.
Para dispersar a multidão, os policiais utilizaram spray de pimenta e solicitaram apoio de diversas viaturas. Posteriormente, foi dada voz de prisão ao agressor e ao dono do estabelecimento por desrespeito à ordem legal. Segundo o registro, o proprietário da conveniência não apresentou nenhum alvará ou documentação relacionada ao comércio.
Os detidos foram encaminhados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde o caso foi registrado.