Com aval de ministério, Paraguai faz leilão para vender energia que ainda não pode entregar ao Brasil
- porRedação
- 25 de Julho / 2024
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| Créditos: Binacional/Divulgação/Itaipu Binacional
O Paraguai realizará nesta sexta-feira (26) seu primeiro leilão para venda de energia no mercado livre brasileiro. A operação, acordada entre o governo paraguaio e o ministro brasileiro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, faz parte do acordo que encerrou o impasse sobre a tarifa da hidrelétrica de Itaipu.
Embora a integração energética regional seja vista com bons olhos pelo setor, especialistas questionam a pressa na realização do leilão. A sobreoferta de energia no mercado interno brasileiro e a falta de ajustes técnicos e legais necessários para a transação geram incertezas.
A principal dúvida é como a energia paraguaia será entregue no Brasil. A estatal paraguaia Ande afirma que usará a conexão da usina de Itaipu, mas especialistas apontam que não há como a energia da usina de Acaray, a fonte da energia a ser leiloada, ingressar no Brasil pelas condições atuais.
Além disso, há questões regulatórias a serem resolvidas, como a necessidade de rever o Anexo C do tratado de Itaipu e apresentar as alterações aos órgãos competentes.
A Ande esclareceu que a entrega da energia será escritural, o que sugere uma operação de swap, mas não detalhou qual seria a fonte para essa troca.
O Ministério de Minas e Energia do Brasil afirmou que está trabalhando para que a venda da energia ocorra dentro dos melhores trâmites e que a regulamentação já está em elaboração.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) afirmou que a importação é tecnicamente viável, mas depende de decisões regulatórias.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) disse que aguarda os dispositivos legais para estruturar as operações futuras.
O leilão paraguaio, portanto, levanta questões sobre a viabilidade técnica e legal da operação, gerando dúvidas e controvérsias no setor elétrico.
Com informações Folha UOL