Clínicas de estética são alvo de investigação após ocorrência de choque anafilático em oito pacientes

Delegado da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Reginaldo Salomão. | Créditos: Alex Machado

Clínicas de estética são alvo de investigação após ocorrência de choque anafilático em oito pacientes, desencadeando a abertura de quatro inquéritos pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). Segundo o delegado Reginaldo Salomão, responsável pelo caso, os pacientes sofreram o choque após submeterem-se a procedimentos faciais em clínicas de estética. As investigações concentram-se na averiguação do uso de anestésicos, e a qualificação dos profissionais envolvidos está em pauta. Salomão ressaltou que os responsáveis não eram médicos ou dentistas, mas outras categorias profissionais, como enfermeiros, fisioterapeutas, biomédicos e esteticistas, podem estar envolvidas, conforme a legislação dos respectivos conselhos.

Os inquéritos, ainda em estágio inicial, incluirão depoimentos dos pacientes afetados, assim como análises adicionais de quatro casos que aguardam investigação. No âmbito das clínicas de estética, o uso de anestesia regional ou geral é proibido, porém, são permitidos anestésicos tópicos ou o chamado "botão anestésico", que age localmente, reduzindo a sensibilidade à dor.

Segundo Salomão, todos os procedimentos foram realizados na região facial, incluindo um caso no nariz. A identificação dos profissionais envolvidos na manipulação do material que pode ter desencadeado reações alérgicas graves ainda está em curso. O delegado alertou para a necessidade de vigilância por parte dos pacientes que frequentam essas clínicas, destacando a importância de pesquisar sobre a qualificação dos profissionais antes de se submeterem a qualquer procedimento estético.

Salomão prevê que informações mais substanciais sobre os casos estarão disponíveis a partir de abril. Ele enfatiza a responsabilidade das clínicas em fornecer atendimento adequado em casos de emergência, o que pode incluir a presença de equipamentos de socorro imediato. Em alguns incidentes relatados, os pacientes precisaram ser socorridos pelo Samu durante os procedimentos.

O choque anafilático é considerado a forma mais grave de reação alérgica, desencadeada por diversos agentes, como alimentos, medicamentos e picadas de insetos. Seus sintomas incluem dificuldade respiratória, inchaço, urticária, náuseas e até mesmo parada cardíaca. O tratamento imediato é crucial para evitar complicações fatais.

Com informações do Campo Grande News

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