CCR MSVia não receberá indenização, mas ficará com R$ 900 milhões de excedente tarifário
- porRedação
- 06 de Junho / 2025
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| Créditos: Gerson Oliveira
Durante o leilão de repactuação da BR-163 realizado na B3 em 22 de maio, o vice-presidente de Rodovias da Motiva, Eduardo Camargo, afirmou que a CCR MSVia não receberia indenização do governo federal. O grupo continuará operando a rodovia por mais 29 anos após vencer o leilão.
Apesar de declarar prejuízos ao longo dos anos, a empresa manteve integralmente os mais de R$ 900 milhões arrecadados como excedente tarifário entre junho de 2021 e dezembro de 2024, valores pagos pelos usuários nas nove praças de pedágio. O montante resultou da diferença entre o valor cobrado e o efetivamente reconhecido em contrato, que limitava a tarifa a 47,3%.
Segundo a ANTT, o excedente foi usado para compensar investimentos em bens reversíveis não amortizados, zerando a indenização à concessionária. Com isso, a CCR MSVia não terá que devolver valores à União nem reduzir tarifas.
A empresa, que inicialmente cobrava uma indenização de R$ 765 milhões por reequilíbrio econômico-financeiro e alegava perdas na pandemia, também acumulava cerca de R$ 270 milhões em multas. Ainda assim, ficou com a totalidade do excedente.
A CCR havia investido cerca de R$ 1 bilhão na BR-163, mas entregou apenas 150 km de duplicação. Agora, com a repactuação, deverá duplicar mais 203 km, implantar terceira faixa em 147 km e construir 29 km de contornos. Após começar a computar 100% da receita de pedágio, a empresa registrou lucro líquido de R$ 21,1 milhões no primeiro trimestre de 2025.