A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil e se mudou para a Europa, duas semanas após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A mudança ocorre depois de uma campanha virtual ter arrecadado R$ 285 mil para a parlamentar.

Em entrevista a um canal no YouTube, Zambelli informou que escolheu a Europa por possuir cidadania italiana, o que dificultaria sua extradição. Ela afirmou ter ido inicialmente para tratamento médico, mas reconheceu que a condenação do STF influenciou sua decisão. A deputada garantiu que pedirá afastamento sem vencimentos do cargo, que será ocupado pelo suplente Coronel Tadeu (PL-SP).

A parlamentar foi condenada em 14 de maio por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda do hacker Walter Delgatti, e por falsidade ideológica. A decisão unânime da Primeira Turma do STF também prevê a perda do mandato parlamentar após o esgotamento de todos os recursos, além de uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.

Zambelli também é ré em outro processo no STF, acusada de sacar uma arma e perseguir um jornalista em 2022. Ela se defendeu do episódio, afirmando que agiu corretamente.

A deputada expressou a intenção de replicar na Europa a estratégia de Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos para "denunciar a ditadura" no Brasil. Ela afirmou que sua saída não é um abandono, mas uma forma de "resistir" e continuar "falando o que quer". Zambelli revelou preocupação com suas redes sociais, que passarão a ser administradas por sua mãe. Sem apresentar provas, a deputada voltou a questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro, algo que, segundo ela, não poderia fazer no Brasil sem consequências.