Cadê o PT no segundo turno?

| Créditos: Facebook, Wesley Ortiz e arquivo TopMídiaNews

Em meio à ascensão do PT em nível nacional, com Lula novamente na presidência, a situação em Campo Grande parece um palco de descompasso.: onde está o partido? Na capital, a aura do petismo parece desvanecer. 

Camila Jara, deputada federal que lançou sua candidatura à prefeitura, parece estar mais perdida do que nunca. Após não conseguir passar para o segundo turno, ela ainda não decidiu a quem apoiar entre as candidatas Rose Modesto e Adriane Lopes. A alegação é de que não foi procurada por nenhuma delas. 

O que está acontecendo, afinal?

Pedro Kemp, deputado estadual e coordenador da campanha de Camila, reflete a mesma incerteza. “Até o momento, não fui procurado por nenhuma das duas”, diz ele, enquanto as peças do tabuleiro político vão se movendo. “Uma coisa é certa: nós temos uma decisão nacional, que é onde está o Jair Bolsonaro, e nós não estamos.” 

"Pra quem sabe ler, um pingo é letra"

E, no fundo, a situação parece mais clara do que eles gostariam de admitir. Camila menciona que se Adriane receber o apoio do PL, a situação se tornaria um obstáculo. Isso sugere que as cartas já estão sobre a mesa, mesmo que as peças ainda não estejam totalmente posicionadas. 

Com Bolsonaro e o governador Eduardo Riedel, a direita conservadora em Campo Grande parece estar se reconfigurando, deixando o PT à deriva, sob o comando da verdadeira representante do bastão, senadora Tereza Cristina.

O deputado federal Vander Loubet, por sua vez, tem sido um enigma intrigante. Ele sempre demonstrou simpatia por Rose Modesto, criando uma certa estranheza ao apoiá-la em vez de Camila, a escolha oficial de sua sigla antes das definições. Vander ainda afirmou que o projeto de lançamento Rose como pré-candidata à prefeitura dentro da chapa do PT revela um lado pragmático. “Isso faz parte de um projeto para a reeleição de Lula”, diz ele, enquanto o restante do partido observa perplexo.

E agora? O que resta a quem sabe ler os sinais? 

A verdade está se tornando clara como água: A preferida do PT, ao que tudo indica, é Rose Modesto, que se coloca firme no lado esquerdo do espectro político,mas que também não se posiciona como apoiada pela sigla.

Entre promessas não cumpridas e apoios não declarados, o que fica é a sensação de um partido à beira da incerteza, enquanto a política em Campo Grande se desenrola onde o PT parece ter perdido a iniciativa. 

A pergunta que fica no ar é: cadê o PT?

Por Alcina Reis

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

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