Búlgaro preso em MS vira pivô de crise diplomática Brasil-Espanha após decisão do STF

| Créditos: Divulgação


O cidadão búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, 49 anos, permanece detido em Mato Grosso do Sul, no presídio da Gameleira I, em Campo Grande. Ele é o centro de uma crise diplomática entre o governo da Espanha e o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. Inicialmente, o ministro Alexandre de Moraes havia concedido prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica a Vasil, como uma retaliação à recusa da Espanha em extraditar o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho.

Entretanto, três dias depois, Moraes revogou a prisão domiciliar, justificando a decisão pela falta de comprovação de um endereço fixo de Vasil no Brasil. A prisão preventiva do búlgaro foi mantida.

Vasil é acusado de tráfico internacional de cocaína para Barcelona e teve sua prisão para extradição decretada em novembro de 2024. Ele foi preso em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, em fevereiro de 2025.

Oswaldo Eustáquio pediu asilo político na Inglaterra | Créditos: Reprodução/Facebook

A decisão inicial de Moraes de conceder prisão domiciliar a Vasil ocorreu após a Justiça espanhola negar a extradição de Oswaldo Eustáquio, sob a alegação de motivação política no pedido brasileiro. Em seu despacho, o ministro do STF suspendeu o procedimento de extradição de Vasil e exigiu que o governo espanhol comprovasse, em cinco dias, o requisito de reciprocidade entre os países, citando o caso de Eustáquio.

Apesar da defesa de Vasil ter apresentado um comprovante de residência em Ponta Porã, a decisão de manter sua prisão preventiva foi mantida devido à ausência de um endereço fixo que possibilitasse o cumprimento da prisão domiciliar.

Vasil reside em Mato Grosso do Sul desde janeiro de 2023 e é acusado pela Interpol de levar 52 quilos de cocaína para Barcelona em 2022. Já Oswaldo Eustáquio Filho, apoiador do ex-presidente Bolsonaro com mandados de prisão no Brasil, teve seu pedido de extradição negado pela Espanha.

Compartilhe: