Um novo dossiê da Rede Trans Brasil revela que pelo menos 9 mil estudantes trans estão matriculados em escolas públicas estaduais de 14 estados e no Distrito Federal. Os dados, que serão oficialmente divulgados no dia 29, foram obtidos através do Portal da Transparência e analisam as matrículas realizadas com o nome social.

São Paulo lidera o ranking com 3.451 estudantes, seguido por Paraná (1.137) e Rio Grande do Norte (839). Rio de Janeiro (780), Santa Catarina (557) e Espírito Santo (490) também apresentam números significativos.

Embora o uso do nome social seja um direito garantido desde 2018, o levantamento mostra um cenário desigual. Entre 2023 e 2024, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Espírito Santo registraram aumento no número de matrículas. Por outro lado, oito estados apresentaram queda, enquanto Sergipe manteve o mesmo número.

Para Isabella Santorinne, da Rede Trans Brasil, o uso do nome social é fundamental para garantir o respeito e a dignidade dos estudantes trans, contribuindo para que permaneçam na escola. Dados do Censo Trans, também realizado pela organização, mostram que a maioria das mulheres trans não concluiu o ensino médio.

"Uma educação mais diversa é essencial para combater preconceitos e construir um ambiente de respeito", defende Santorinne.

Além dos dados sobre educação, o dossiê da Rede Trans Brasil também revela que 105 pessoas trans foram mortas no Brasil em 2024. Apesar da redução em relação ao ano anterior, o país segue liderando o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans pelo 17º ano consecutivo.

Fonte: Agência Brasil