Brasil e Paraguai estão estabelecendo canais diretos de comunicação entre suas forças de segurança, com o objetivo de intensificar o combate ao crime organizado e agilizar a troca de informações na faixa de fronteira. A iniciativa visa simplificar a burocracia e ampliar o alcance das investigações transnacionais.

A medida foi discutida durante uma reunião da cúpula do Comando Bipartite entre Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), realizada em Ponta Porã. O superintendente da Polícia Federal (PF) no Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, destacou que a proposta é criar pontos de contato para uso direto entre policiais brasileiros e paraguaios, incluindo as polícias estaduais de Mato Grosso do Sul.

Conforme D'Ângelo, a colaboração não se restringirá apenas a crimes de grande porte, como o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, mas também abrangerá ocorrências menores, como furtos e casos de pessoas desaparecidas ou veículos roubados. Ele ressaltou que, embora já exista uma cooperação para casos complexos e que envolvem facções criminosas, a ideia é facilitar a comunicação em todas as esferas, beneficiando inclusive os cidadãos da região em situações cotidianas.

O superintendente da PF enfatizou que a fronteira, apesar de ser um ponto de atenção para a segurança pública, também gera oportunidades de negócio e emprego. Ele afirmou que o Governo Federal está com os "olhos voltados para a questão de segurança pública em Ponta Porã".

César Silgueiros Lobo, comissário-geral do Departamento de Investigação da Polícia Nacional do Paraguai, classificou o momento como "histórico", destacando a demonstração de confiança entre os dois países. Ele reforçou o compromisso de trabalhar em conjunto contra as organizações criminosas para melhorar a segurança na região fronteiriça.

O evento contou com a presença do diretor executivo da Polícia Federal, William Murad, que representa a presidência temporária do Comando Bipartite.