Bilhete interceptado em presídio de Campo Grande revela plano para matar policiais penais
- porRedação
- 20 de Maio / 2024
- Leitura: em 7 segundos

| Créditos: Reprodução/Midiamax
Um bilhete interceptado há pelo menos uma semana na Penitenciária de Segurança Máxima, em Campo Grande, trouxe à tona um plano orquestrado para executar policiais penais. No último domingo (19), três agentes foram alvos de mais de dez disparos por parte de um grupo de criminosos, suspeitos de pertencerem a uma facção, conforme apurado pelo Jornal Midiamax.
O bilhete, escrito à mão, continha instruções claras para a execução dos policiais penais. Trechos do documento revelam: "destemido o papo é reto para seu XXX para XXX e seu XXX que pegar primeiro é para executar sem dó entendeu, pois referente ferramenta nós tem". Por razões de segurança, os nomes dos agentes visados foram omitidos da matéria.
Outro trecho do bilhete indicava a motivação por trás do ataque: "Minha conta bruta é para pegar, pois me bateram lá na Máxima, e é para pegar sem dó, entendeu?". Este bilhete foi interceptado com um detento que havia sido transferido da Penitenciária de Segurança Máxima para a unidade Gameleira I.
A parte final do bilhete continha ameaças mais amplas: "tem dois meses que estou mandando essas ideias, mano. Vê se tá tranquilo que vou chutar na mão dos guris, entendeu. Já tão demais no MS, está na hora de dar uma resposta a altura". Estas ordens de execução foram direcionadas aos policiais penais que estavam nas torres da Máxima durante o fim de semana.
| Créditos: Reprodução/Midiamax
O que inicialmente poderia parecer apenas um lançamento de celulares para dentro dos muros da Máxima revelou-se, na verdade, um plano de execução dos policiais penais, que estava em gestação dentro das celas dos presídios da capital. Informações obtidas pelo Jornal Midiamax indicam que a inteligência da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) havia interceptado o bilhete há pelo menos uma semana, porém os agentes não foram informados sobre as medidas de segurança necessárias.
Após o tiroteio e a morte de um dos criminosos em confronto com policiais do Batalhão de Choque, que foram acionados para intervir, o Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (SINSAPP) emitiu um alerta urgente:
"O SINSAPP informa que há suspeita de um atentado contra policiais penais ocorrido na noite de sábado, 18 de maio, na Unidade de Segurança Máxima. Em função deste incidente, exigimos uma resposta imediata da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) e da Agepen, visando a segurança de todos os servidores. É crucial que todos os policiais penais e demais servidores redobrem a cautela. O sindicato está comprometido em acompanhar o caso de perto e exigirá medidas efetivas para prevenir novos incidentes."
O presidente do sindicato, André Santiago, afirmou que solicitará providências urgentes da Agepen e da SEJUSP, criticando a falta de resposta imediata no combate ao crime organizado por parte da Agepen. Santiago também destacou a necessidade de um maior efetivo policial e da regulamentação da Lei dos Policiais Penais.
Criminosos em Campo Grande Planejavam Ataque Contra Policiais Penais
Indivíduos nas proximidades da Penitenciária de Segurança Jair Ferreira de Carvalho, conhecida como Máxima, estavam supostamente tramando um atentado contra três policiais penais que estavam de serviço no presídio. Os agentes foram alvo de cerca de dez disparos.
O tiroteio resultou em um confronto com policiais do Batalhão de Choque, resultando na morte de um dos criminosos. Policiais penais nas torres do presídio observaram uma movimentação suspeita em um matagal próximo, onde dois homens foram vistos tirando fotos de um dos agentes.
Ao iluminar a área com uma lanterna para investigar, um policial foi surpreendido por disparos dos autores. Outro policial, ao ouvir os tiros, dirigiu-se ao local e foi alvo de disparos feitos por dois homens em uma esquina próxima.
Um bilhete anteriormente encontrado na Penitenciária de Segurança Máxima já havia alertado sobre ameaças de morte contra policiais penais em Mato Grosso do Sul.
Em resposta aos eventos, o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Maiorchini, afirmou que os procedimentos continuam "normais".
Posicionamento da Agepen
Em comunicado, a Agepen declarou estar investigando os eventos ocorridos no domingo:
"O serviço de inteligência da Agepen está investigando as circunstâncias e motivações reais do ocorrido, quando criminosos foram flagrados tentando introduzir ilícitos no interior do pátio da unidade prisional.
Para isso, a Agepen está implementando uma série de medidas para reforçar a segurança no local, incluindo a instalação de telamentos sobre os pavilhões, já em andamento, com o objetivo de impedir o lançamento de ilícitos nos pátios.
Além disso, a Agepen iniciou um treinamento de Plano de Defesa - Combate em Torre, similar ao realizado na Penitenciária da Gameleira 1, especificamente para ações pontuais em situações semelhantes, através de sua Escola Penitenciária, com o apoio de instrutores do Sistema Penitenciário Federal. Os servidores já receberam a parte teórica e agora passarão para a parte prática do treinamento.
Medidas adicionais estão sendo tomadas, porém, neste momento, sua divulgação será mantida em sigilo por questões de segurança."