Em tempos digitais, onde a política se faz tanto na praça quanto na tela do celular, Beto Pereira resolveu apostar todas as suas fichas no reino das redes.  O deputado federal investiu no tráfego virtual: R$ 478 mil, o equivalente a 56% do total gasto pelos candidatos, com impulsionamento de conteúdo. Quase meio milhão de reais deslizando entre curtidas, compartilhamentos e "likes" pagos.

A concorrência, embora presente, parece tímida. Rose Modesto, sua rival mais próxima, desembolsou R$ 203 mil com essa mesma estratégia. Adriane Lopes, prefeita em exercício, segue com R$ 91 mil. As quantias, em comparação, soam como notas miúdas frente à grandiosa orquestra digital de Beto.

Mas há quem prefira o caminho oposto. O cientista político Luso Queiroz, por exemplo, não se rendeu ao "pagou, apareceu". Seus gastos são mínimos, quase uma declaração de resistência ao mundo virtual. Já Jorge Batista e Ubirajara Martins não declaram um centavo gasto, seja na vida real ou online.

O que nos resta é acompanhar essa nova forma de fazer política. Com a palma da mão no bolso e o polegar na tela, os eleitores de hoje decidem não mais apenas nas urnas, mas no feed do Instagram. Afinal, no mundo digital, a corrida eleitoral não tem asfalto, mas muito, muito tráfego de dados.