Aneel rejeita recurso e mantém multa de R$ 165,8 milhões a Enel por apagão em SP
- porR7
- 09 de Abril / 2024
- Leitura: em 8 segundos

| Créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil Geral
A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu por unanimidade manter a multa de R$ 165,8 milhões aplicada à Enel São Paulo por conta da demora em restabelecer o serviço após o apagão de novembro do ano passado. Na ocasião, uma tempestade com ventos de até 105 quilômetros por hora impactou o fornecimento de energia a milhões de consumidores na capital paulista e na região metropolitana. Parte dos consumidores chegou a ficar uma semana sem o serviço.
Brasileiros ficaram 9 horas sem energia em 2023; em Roraima apagões somaram 38 horas
Apagão no país ocorreu por erro em dados usados para funcionamento de usinas geradoras, diz ONS
Após apagão em SP, governo federal pede que Aneel fiscalize concessões de energia
A multa foi aplicada pela área técnica na agência reguladora em fevereiro, mas a empresa recorreu. A penalidade foi confirmada agora pela diretoria colegiada da Aneel e deverá ser paga pela empresa.
De acordo com a área técnica da Aneel, a penalidade está sendo aplicada pela demora no restabelecimento do serviço e não pela ocorrência em si. Entre os pontos destacados está o aumento “significativo” da quantidade das equipes apenas em 6 de novembro, uma segunda-feira, três dias após a queda de energia. O apagão teve início no dia 3 de novembro, uma sexta-feira.
A agência citou que o serviço foi restabelecido a aproximadamente 60% dos clientes afetados na área de concessão, após 24 horas do início do evento. Nas áreas também atingidas pela tempestade, mas atendidas por outras empresas, o percentual foi de 80%.
Piora de indicadores
A Aneel pontuou a piora de indicadores que nos últimos anos. O tempo médio de restabelecimento de interrupções da Enel São Paulo no ano passado, medida até 31 de outubro, ficou em 10,62 horas, acima das 6,82 horas da média nacional. O número de unidades consumidoras com interrupções com duração superior a 24 horas chegou em seu pior nível quatro anos.
Durante a reunião, o representante da Enel SP, o advogado Fabiano Brito, defendeu ser preciso separar as dimensões do evento da atuação da distribuidora. “A concessionária agiu. Pode não ter sido o perfeito, se pode sempre melhorar. Agora, ela efetivamente agiu e religou um milhão de usuários e boa parte das concessionárias do país não tem sequer esse número de consumidores”, pontuou.
Ele chegou a questionar a tipificação da multa e sua dosimetria, ou seja, o valor calculado pela Aneel, mas não foi atendido pelos diretores.