Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai foram acusados de desviar dinheiro das contas bancárias do pecuarista brasileiro Orlando Vendramini Neto, 64 anos, preso naquele país e apontado como mandante do assassinato de Valdereis Rodrigues de França, 61 anos, em Sete Quedas (MS). A denúncia foi feita pelo advogado de Vendramini, Hugo López, que alega que o desvio de US$ 30 mil foi feito dos celulares do pecuarista após sua prisão.

Segundo o advogado, o filho de Vendramini, que opera as contas da empresa da família, a Acres S/A, percebeu as transferências ao solicitar informes bancários no Brasil e no Paraguai. López afirma que dois dos quatro celulares apreendidos pela Senad com o pecuarista estavam habilitados para operar quatro contas bancárias em dólares e guaranis. O advogado também alega que Vendramini teria sido obrigado pelos agentes a informar os códigos de acesso às contas.

O ministro-chefe da Senad, Jalil Rachid, informou que as denúncias estão sendo apuradas internamente pela agência e pelo Ministério Público. Hugo López também anunciou que pretende formalizar uma denúncia, ainda esta semana, apontando suposta ilegalidade na expulsão de Orlando Vendramini Neto do Paraguai, já que ele possui cidadania paraguaia e reside no país há 30 anos.

A investigação da Polícia Civil aponta que o crime teria sido motivado por uma dívida de US$ 2 milhões (equivalente a R$ 12 milhões) que Vendramini tinha com a vítima. Valdereis foi morto a tiros em novembro de 2023, em Sete Quedas. Durante as buscas na casa de Vendramini, foram apreendidas dez armas ilegais, equipamentos táticos e cerca de mil munições.