Acusado, foragido busca anulação de acusação de gerenciamento de Jogo do Bicho
- porRedação
- 13 de Maio / 2024
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| Créditos: Reprodução/Campo Grande News
Após cinco meses em fuga, José Eduardo Abdulahad, também conhecido como “Zeizo”, está em busca da anulação da acusação de liderança nas operações do jogo do bicho na região Sul do estado, com planos de expansão para a capital. O pedido de encerramento do processo penal contra ele foi negado pela segunda vez.
José Eduardo Abdulahad, um empresário em Ponta Porã, foi alvo da primeira fase da Operação Successione em 5 de dezembro do ano passado e desde então está foragido. A investigação, que visava a disputa violenta pelo controle da loteria ilegal em Campo Grande, após o enfraquecimento da família Name, alvo da Operação Omertà, aponta Abdulahad como o responsável pelo planejamento da tomada dos pontos de venda do jogo de azar na capital, a mando do deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk.
Abdulahad foi quem recebeu os policiais da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) na casa na Rua Gramado, no Bairro Monte Castelo, onde foram encontradas 700 máquinas para apostas. A equipe estava investigando assaltos quando encontrou um carro usado em um dos roubos denunciados em frente ao endereço e resolveu investigar. Segundo os investigadores da Successione, o local funcionava como um "quartel-general" do grupo que tentava dominar violentamente o jogo do bicho na cidade.
A defesa do empresário, representada por seu filho, Rhiad Abdulahad, e pelo advogado Cézar Lopes, primeiro pediu a revogação da ordem de prisão contra Abdulahad e o encerramento do processo penal alegando que as provas coletadas durante a investigação eram nulas, devido à violação de domicílio. Os desembargadores da 1ª Câmara Criminal nem consideraram os argumentos, entendendo que o pedido deveria ter sido feito na primeira instância.
Em um novo habeas corpus, a defesa passou a alegar "ausência de justa causa", indicando a falta mínima de provas para o andamento do processo. No entanto, no julgamento realizado em 9 de maio, a 1ª Câmara Criminal negou novamente a revogação da prisão e o encerramento do processo, alegando que a defesa optou por ir diretamente ao tribunal, sem apresentar os argumentos ao juiz da 4ª Vara Criminal.
O magistrado considera que Abdulahad deve permanecer preso. "Havendo prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, justifica-se a manutenção da prisão preventiva para resguardar a ordem pública, a instrução criminal, e a aplicação da lei penal. Considerando a gravidade concreta dos supostos delitos, bem como pelo fato de o paciente encontrar-se evadido".
O advogado Cézar Lopes afirmou que ainda não pode informar se recorrerá da decisão e nem se o cliente se entregará à polícia após mais uma negativa de habeas corpus.
Com informações do Campo Grande News