Acampamento no Incra interrompe serviços de atendimento ao público

| Créditos: Divulgação, MST-MS

Nesta quinta-feira (18), manifestantes ligados ao MPL (Movimento Popular de Luta) e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária), interrompendo o serviço de atendimento ao público. O protesto tem como objetivo reivindicar a redistribuição de terras, demanda antiga no Estado. De acordo com informações do Instituto, as operações administrativas seguem em andamento, porém não há previsão para o retorno do atendimento ao público.

A mobilização teve início na quarta-feira (17), quando manifestantes do MST se reuniram em frente à sede do Incra, exigindo que o Instituto forneça cestas básicas para as famílias acampadas no Estado, bem como linhas de crédito bancário para impulsionar a produção agrícola. Cerca de 200 pessoas participaram do protesto, que faz parte de uma ação nacional em defesa da reforma agrária e em memória às vítimas do massacre de Eldorado do Carajás.

Os movimentos de protesto iniciaram-se na terça-feira (16), com uma ocupação de 10 horas realizada pelo MPL em frente ao Incra. A ocupação foi encerrada após a promessa do superintendente do Instituto em Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto da Silva, de retomar os esforços para a reforma agrária no estado.

Durante o protesto, os manifestantes empunhavam enxadas e facões, enquanto um trio elétrico ecoava demandas pelo direito de cultivar a terra. As faixas exibidas traziam a mensagem "Plantar, resistir e construir reforma agrária popular".

Segundo apurações, os manifestantes vieram de acampamentos localizados em áreas de Campo Grande, na saída para Ribas do Rio Pardo, e em municípios como Naviraí, Eldorado e Antônio João. Após uma reunião com representantes do Incra, os manifestantes do MPL deixaram a sede de forma pacífica.

O MST afirma que a mobilização visa pressionar as autoridades responsáveis pela distribuição de terras para reforma agrária em áreas onde já há negociações em andamento, ocupações ou propriedades com irregularidades junto à União.

Entre as demandas do movimento, estão a criação de assentamentos em áreas de Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Batayporã e Dourados, além de uma lista de fazendas denunciadas por trabalho escravo em Anastácio, Antônio João, Nioaque, Iguatemi, Naviraí e Jardim.

"Conforme previsto na Constituição Federal de 1988, a reforma agrária deve ser realizada em terras improdutivas ou com irregularidades de uso pelos proprietários", afirma o MST.

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