A Senadora, o Lobista e a CPI das Apostas: Um Jogo de Intrigas

Soraya e Ciro: os dois parlamentares denunciaram abordagens e pedidos de dinheiro a empresários que são convocados a depor | Créditos: Pedro França/Agência Senado; Edilson Rodrigues/Agência Senado/Revista Veja

Soraya Thronicke, a senadora de fala firme e olhar penetrante, viu-se enredada em uma teia de intrigas e acusações. Relatora da CPI das Apostas, ela se viu no centro de um furacão político após um embate com o senador Ciro Nogueira. O motivo? A convocação do "governo Bolsonaro" para explicar a falta de regulamentação do setor.

A discussão acalorada entre os dois parlamentares, porém, era apenas a ponta do iceberg. Nos bastidores da CPI, um jogo obscuro se desenrolava, envolvendo lobistas, empresários e a sombra da extorsão. Ciro Nogueira denunciou um esquema de achaque envolvendo um conhecido lobista e membros da CPI. O modus operandi era simples: convocar empresários do setor e, em seguida, oferecer "proteção" em troca de milhões.

O nome de Soraya, para seu desgosto, foi ligado ao caso, conforme mencionado pela Revista Veja nesta sexta-feira (13). O lobista em questão, Silvio de Assis, figura conhecida nos corredores do poder, teria "acesso" à senadora. Mas Soraya não se deixou abater. Rebateu as insinuações, confirmou conhecer o lobista – como conhece "mais de 50% dos senadores", segundo ele próprio.

Foi o suficiente para que Ciro Nogueira, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, entrasse em cena com indignação.

“Dá para a senhora me explicar por que chamar o governo Bolsonaro?”, questionou, com a voz entrecortada por incredulidade. Soraya não recuou: “O governo teve dois anos para regulamentos e não fez”. O embate com palavras cortantes e olhares desafiadores, culminando na ameaça de Ciro: “Daqui a pouco, é a senhora quem vai ter que prestar explicações muitas aqui”.

Soraya tem o dom de transformar uma audiência protocolar em um espetáculo dramático. Seja como protagonista ou alvo, sua presença na CPI das Apostas é impossível de ignorar. Entre depoimentos truncados, acusações e contra-acusações, paira uma dúvida inquietante: até que ponto a comissão está comprometida com a verdade?

Rodrigo Pacheco cogita encerrar a CPI antes que se torne necessário investigar a própria investigação. 

Nos bastidores, porém, Soraya segue como figura central, navegando pelas águas turbulentas da política e reafirmando que, se há algo que não lhe falta, é coragem para enfrentar o mar revoltado.

No centro dessa trama está Ela, a senadora que não se curva,  e que a todo custo tenta manter sua reputação que ficou marcada por traição ao governo Bolsonaro, onde conseguiu ser eleita.

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

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